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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eles acreditaram!


 Podem falar o que quiser: que o Galo caiu de rendimento na fase de mata-matas, que a defesa atleticana é uma mãe, que o Cuca é azarado, que o Atlético fora do "Horto" tá morto, enfim... nenhuma dessas "frases" foram capazes de derrubar o Galo rumo ao título da Libertadores 2013, muito menos as equipes adversárias, que tentaram, mas perderam para uma equipe que lutou, lutou, lutou, com toda a garra para vencer, e voltou a ser orgulho do esporte nacional.   


Galo x São Paulo, em 72
 Em 1972, com o timaço de Telê Santana, que comanda Dadá, Mazurkiewicz e companhia, campeão brasileiro de 71, a primeira vez do Galo na Libertadores foi triste. Saiu na primeira fase, após ter empatado 4 jogos e perdido 2, sendo a derrota para o Olímpia (olha ele aí!) decretada devido ao alvinegro ter apenas 6 jogadores em campo, o jogo estava 2 a 2.

Time de 78 do Galo
 Em 1978, o formato diferente do usado atualmente - formavam-se 2 grupos de 3 equipes nas semifinais, passando um de cada para a final - acabou levando o Galo à uma semifinal com Boca e River. A equipe de Cerezo, Paulo Isidoro e João Leite não conseguiu aguentar a força dos argentinos.



Cerezo sendo expulso contra o Flamengo
 Em 1981, teve que decidir a classificação na primeira fase em um jogo extra contra o Flamengo de Zico. Após a polêmica expulsão de Reinaldo pelo árbitro José Roberto Wright, aos 37 do primeiro tempo, uma sequência de expulsões causadas pela revolta dos jogadores atleticanos acarretou no fim do jogo pelo Galo ter apenas 6 jogadores (de novo!). Éder Aleixo, Chicão, Palhinha e Cerezo seguiram o caminho de Reinaldo.

O Galo caiu para o Corinthians na Libertadores de 2000
 Após duas décadas, o Galo voltou, em 2000, à Copa Liberadores. O time de Guilherme e Marques saiu nas quartas-de-final. Essa era a história do clube na Libertadores, quatro parágrafos, mais nada. Entretanto, a epopeia do Galo Doido de 2013 garante uma das histórias mais fantásticas do futebol, com a ascensão de nomes como Bernard e Luan, junto com a
A massa atleticana empurrou o Galo mais uma vez
redenção de jogadores como Jô, Tardelli e, em especial, Ronaldinho. Comandados por um "azarado" supersticioso e genial, empurrados por uma torcida que não parava de acreditar. Não tinha como não acreditar, até mesmo torcedores de outros times, exceto do Cruzeiro, se animaram com o apoio da massa alvinegra e engrossaram o coro do "eu acredito!"

 Esse último parágrafo é dele: o treinador "azarado" mais vencedor do futebol. Nada de Uruca, o nome dele é Cuca. Montou equipes fantásticas por onde passou, como o São Paulo que foi base para a conquista da Libertadores de 2005 do Tricolor, o Botafogo de 2007, time com o futebol mais vistoso daquele ano, resgatou a equipe para a disputa de títulos nacionais, a base do time do Flamengo, campeão brasileiro de 2009, foi montada por ele. A obra prima foi feita com o Galo, que quase não aconteceu. Em 2011, após uma sequência de derrotas, ele chegou a "pedir o boné", mas voltou atrás, apoiado pelos jogadores. O estilo de jogo das equipes de Cuca sempre foram de mais ataque do que defesa, lembrando muito mais estilo "Loco" Bielsa do que o tradicional estilo dos treinadores vindos do sul do Brasil. É por isso que Cuca é diferenciado, e não um azarado. Azarados foram os clubes que tiveram Cuca, mas não acreditaram nele o suficiente para obterem sucesso, como o Galo fez.        

  

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Certeza x Surpresa, ou Afirmação x Tradição

  De qualquer forma, o Galo chegou na decisão da Libertadores pela primeira vez na sua história. O que não era esperado, nem mesmo para o torcedor do Olímpia, era uma possível chegada na final do clube paraguaio, que precisou da pré-Libertadores para se garantir na fase de grupos.
Que o Atlético Mineiro era favorito para chegar a final já se sabia, mas do jeito que foi, em especial as últimas duas disputas, com Tijuana e Newell's Old Boys, ninguém previu.

 Um time que passa por uma fase ruim financeiramente, com salários atrasados, quinto colocado do primeiro turno do Campeonato Paraguaio, mostrou todo o poder do "Rey de Copas", como é chamado no Paraguai, e terminou na liderança do grupo 7, com boas vitórias contra a Universidad de Chile (3 a 0 no Defensores del Chaco), o Deportivo Lara (5 a 1, na Venezuela) e o Newell's Old Boys (4 a 1, também no Defensores). Nos mata-matas, o Tigre até ganhou na Argentina por 2 a 1, mas no Defensores del Chaco é complicado. A vitória por 2 a 0 levou o Olímpia para a próxima fase. O Fluminense, outro favorito a chegar à final, aparentemente subestimou o poder da camisa, da tradição do maior campeão paraguaio, que empatou em São Januário e bateu o tricolor carioca em Assunção. Na semifinal, outra
Time do Olímpia de 1960
batalha sendo tratado como o mais fraco. Realmente, o colombiano Santa Fé vinha fazendo uma grandiosa competição, eliminado outro favorito, o Grêmio, mas perdeu para a tradição do Olímpia, que se tornou o único clube a chegar em pelo menos uma final em cada década desde o início da Copa Libertadores (1960 - a primeira Libertadores, 1979, 1989, 1990, 2002 e 2013), é nisso que o clube se prende para surpreender mais um favorito.



 O favorito que o Olímpia enfrenta agora é diferente, mostrou várias vezes ser capaz de mudar a situação de jogos dados como perdidos, além de mostrar ser imbatível quando apoiado pela sua torcida. Um ataque muito perigoso, que compensa bastante as dificuldades defensivas da equipe, a ponto de parecer uma equipe defensivamente forte que não tem apenas um grande goleiro. Engoliu os adversários da primeira fase, perdendo apenas para o São Paulo na última rodada, mas que foi um jogo à parte, as oitavas de final foi outra história (como Ronaldinho afirmou na saída do gramado do Morumbi, após o 2 a 0). Com o São Paulo novamente pela frente, o Galo ganhou no Morumbi e atropelou no Independência. Na fase seguinte,
Depois do pé esquerdo, foi a vez das mãos de Victor
fazerem a diferença
o traiçoeiro Tijuana (a história desse duelo já foi mostrada aqui no Blog). O pé salvador de Victor na defesa do pênalti, aos 46 do segundo tempo, foi o principal símbolo da vitória atleticana. A queda do rendimento da equipe foi sentida, especialmente contra o Newell's Old Boys em Rosário, os 2 a 0 para o campeão argentino saiu barato para o Galo, que percebeu isso, soube entender que, embora fosse uma derrota, poderia ter sido pior, e o time tinha qualidade suficiente para reverter o resultado em BH. Não só qualidade, torcida também. Dois a zero pro Galo, com sofrimento (mesmo com gol no início) até o fim. Resultados iguais, jogo foi para pênaltis. O momento da consagração do goleiro. Victor contou com a ajuda dos argentinos, que mandaram duas bolas para fora, mas pegou a bola decisiva de Maxi Rodríguez. Pela primeira vez nos 105 anos, o Atlético chega à principal decisão das Américas, em busca de afirmar seu favoritismo e conquistar o principal título de sua história.