Podem falar o que quiser: que o Galo caiu de rendimento na fase de mata-matas, que a defesa atleticana é uma mãe, que o Cuca é azarado, que o Atlético fora do "Horto" tá morto, enfim... nenhuma dessas "frases" foram capazes de derrubar o Galo rumo ao título da Libertadores 2013, muito menos as equipes adversárias, que tentaram, mas perderam para uma equipe que lutou, lutou, lutou, com toda a garra para vencer, e voltou a ser orgulho do esporte nacional.
Galo x São Paulo, em 72 |
Em 1972, com o timaço de Telê Santana, que comanda Dadá, Mazurkiewicz e companhia, campeão brasileiro de 71, a primeira vez do Galo na Libertadores foi triste. Saiu na primeira fase, após ter empatado 4 jogos e perdido 2, sendo a derrota para o Olímpia (olha ele aí!) decretada devido ao alvinegro ter apenas 6 jogadores em campo, o jogo estava 2 a 2.
Time de 78 do Galo |
Em 1978, o formato diferente do usado atualmente - formavam-se 2 grupos de 3 equipes nas semifinais, passando um de cada para a final - acabou levando o Galo à uma semifinal com Boca e River. A equipe de Cerezo, Paulo Isidoro e João Leite não conseguiu aguentar a força dos argentinos.
Cerezo sendo expulso contra o Flamengo |
Em 1981, teve que decidir a classificação na primeira fase em um jogo extra contra o Flamengo de Zico. Após a polêmica expulsão de Reinaldo pelo árbitro José Roberto Wright, aos 37 do primeiro tempo, uma sequência de expulsões causadas pela revolta dos jogadores atleticanos acarretou no fim do jogo pelo Galo ter apenas 6 jogadores (de novo!). Éder Aleixo, Chicão, Palhinha e Cerezo seguiram o caminho de Reinaldo.
O Galo caiu para o Corinthians na Libertadores de 2000 |
Após duas décadas, o Galo voltou, em 2000, à Copa Liberadores. O time de Guilherme e Marques saiu nas quartas-de-final. Essa era a história do clube na Libertadores, quatro parágrafos, mais nada. Entretanto, a epopeia do Galo Doido de 2013 garante uma das histórias mais fantásticas do futebol, com a ascensão de nomes como Bernard e Luan, junto com a
redenção de jogadores como Jô, Tardelli e, em especial, Ronaldinho. Comandados por um "azarado" supersticioso e genial, empurrados por uma torcida que não parava de acreditar. Não tinha como não acreditar, até mesmo torcedores de outros times, exceto do Cruzeiro, se animaram com o apoio da massa alvinegra e engrossaram o coro do "eu acredito!"
A massa atleticana empurrou o Galo mais uma vez |
Esse último parágrafo é dele: o treinador "azarado" mais vencedor do futebol. Nada de Uruca, o nome dele é Cuca. Montou equipes fantásticas por onde passou, como o São Paulo que foi base para a conquista da Libertadores de 2005 do Tricolor, o Botafogo de 2007, time com o futebol mais vistoso daquele ano, resgatou a equipe para a disputa de títulos nacionais, a base do time do Flamengo, campeão brasileiro de 2009, foi montada por ele. A obra prima foi feita com o Galo, que quase não aconteceu. Em 2011, após uma sequência de derrotas, ele chegou a "pedir o boné", mas voltou atrás, apoiado pelos jogadores. O estilo de jogo das equipes de Cuca sempre foram de mais ataque do que defesa, lembrando muito mais estilo "Loco" Bielsa do que o tradicional estilo dos treinadores vindos do sul do Brasil. É por isso que Cuca é diferenciado, e não um azarado. Azarados foram os clubes que tiveram Cuca, mas não acreditaram nele o suficiente para obterem sucesso, como o Galo fez.