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domingo, 21 de abril de 2013

A resposta de Vettel

 Na última corrida do tour pelo oriente (as próximas corridas serão na Europa), a Fórmula 1 passou pelo Bahrein, autódromo no meio do deserto, com todo o requinte adquirido pelo petróleo, responsável diretamente por 30% do PIB local. A pole position foi conquistada por Nico Rosberg, já sabendo ele que seu carro até faria voltas rápidas, mas a corrida em si ainda é problema para a Mercedes.


Problema na asa-móvel complicaram a vida de Alonso
no Bahrein
 Dito e feito. Na largada, Rosberg até conseguiu se manter na ponta, mas na segunda volta perdeu posições para Vettel e Alonso. Aliás, a briga entre o piloto da Red Bull e o da Ferrari tinha tudo para ser a principal disputa da corrida, até o carro de Alonso ter problemas na asa-móvel, o espanhol parou duas vezes no box por causa disso e teve sua corrida prejudicada, conseguiu apenas o oitavo lugar. Rosberg perdeu mais 6 posições, terminou em nono. 


Agora foram os pneus furados que complicaram
a corrida de Felipe Massa
 Foi um GP péssimo para a Ferrari. Se Alonso teve problemas, o mesmo pode-se dizer de Felipe Massa. Largou em quarto, porém perdeu a posição para Paul di Resta logo na saída. Sua estratégia de sair com pneus médios para ficar mais tempo na pista não rendeu o esperado. Para se ter ideia, ele fez sua primeira parada na mesma volta que o Vettel, que começou com pneus macios, que duram menos voltas que os médios. Outra coisa muito pior acabou complicando ainda mais a corrida do brasileiro: o pneu direito traseiro. Foram dois pneus direitos traseiros furados. Massa acabou em décimo quinto.


Raikkonen e Grosjean
 Excelente corrida dos carros da Lotus
Pérez e Button dividindo a curva no GP do Bahrein
 Enquanto Sebastian Vettel liderava com tranquilidade, alguns pilotos se destacaram. Paul di Resta, que chegou a liderar algumas voltas, e por pouco não conseguiu um pódio. Não chegou entre os três primeiros por causa dos pilotos da Lotus, Kimi Raikkonen e Romain Grosjean, que mostraram todo o poder de reação dos carros da tradicional equipe. Enquanto Raikkonen começou em oitavo e terminou em segundo, o piloto francês subiu oito posições para terminar em terceiro. Outra dupla apareceu bem no Bahrein, mas da maneira que todo chefe de equipe não gosta, um contra o outro. Os "parceiros" de McLaren, Jenson Button e Sergio Pérez, travaram uma bela batalha na trigésima primeira volta. Pérez, que estava sumido na temporada, mostrou um estilo arrojado. Além de partir pra cima de Button, fez o mesmo com Rosberg, Hamilton e Alonso. O piloto mexicano terminou a corrida em sexto, Button em décimo, já Hamilton foi o quinto.

 Lá na frente, nada mudou até o fim da corrida. Sebastian Vettel dominou a prova, chegou a abrir 22 segundos do adversário mais próximo, e levou o GP do Bahrein. Segunda vitória do alemão na temporada, encerrando a série de corridas com vencedores diferentes. 






 "Com certeza eu não esperava que fosse desta forma. No início, a prova estava bem disputada, mas eu sabia que era crucial “tomar” a liderança logo para que pudesse ganhar distância e ter paciência para cuidar dos pneus. Uma vez lá na frente, é difícil ser ultrapassado. Eu creio que poderíamos ter feito uma boa corrida ainda que não estivesse na liderança desde o começo, mas que bom que foi assim." (Sebastian Vettel)

"No começo, perdi rendimento depois da colisão com o Sutil. E depois perdi ainda mais tempo voltando aos boxes para trocar os pneus, o que eliminou qualquer chance de ter uma boa corrida. Ainda precisamos checar o que aconteceu com os meus pneus.(...) A princípio, provavelmente foi uma delaminação na roda traseira direita e o segundo deve ter sido uma perfuração. Agora, devemos testar para entender exatamente o que aconteceu e imediatamente voltar nossas atenções para a próxima corrida." (Felipe Massa)

"As primeiras três corridas foram consistentes, mas não da maneira que esperávamos. Trabalhamos duro para achar o que faltava no carro e parece que hoje encontramos. Assim como Kimi, eu faria apenas duas paradas, mas sofri com detritos sob o carro e precisei fazer a terceira. A corrida ficou mais difícil a partir deste ponto, mas tivemos boas brigas e estou contente de estar no pódio, como no ano passado. Espero agora que possamos continuar marcando bons pontos." (Romain Grosjean) 

sábado, 20 de abril de 2013

Libertadores - Emoções além do esperado

 A fase de grupos da Copa Libertadores 2013 acabou. Praticamente todos os favoritos dos grupos passaram para as oitavas-de-final, mas a frieza da notícia dessas classificações não mostram as reais situações que esses times passaram. É por isso que a melhor a se fazer é uma análise separada de cada grupo, e é isso que irá ser feito neste post.

 Grupo 1 - O líder do grupo foi o Nacional, com 10 pontos. Os uruguaios venceram os dois jogos contra o mexicano Toluca, com um 3 x 2 no México e um sonoro 4 x 0 em Montevidéu, travaram dois jogos duros com o Boca, ganhando por 1 a 0 na Bombonera e perdendo por 1 a 0 em casa, porém o Barcelona de Guayaquil, lanterna do grupo, foi o algoz da equipe de Loco Abreu, empatando por 2 a 2 em em Montevidéu, e derrotando o líder no Equador, por 1 a 0. O destaque do Nacional foi o atacante Iván Alonso, autor de 3 gols. O outro classificado foi o Boca, favorito para a classificação, porém não brilhou, fez o mínimo para se classificar. Um problema grave, que complica as pretensões xeneizes de chegarem longe na competição é a fase não muito boa da equipe nos jogos em La Bombonera. Dos três jogos da primeira fase realizados lá, dois o Boca perdeu, e foram jogos importantes, contra o Nacional e o Toluca. Entretanto, a experiência de Carlos Bianchi guiou o time argentino, aos trancos e barrancos, para a fase de mata-matas.


 Grupo 2 - Mesmo um tanto desacreditado, perdendo todos os jogos fora de casa, o Palmeiras terminou a fase de grupos na liderança do grupo. Muito graças à mudança de postura do elenco, que mostrou garra nos momentos decisivos, principalmente nos jogos contra o Tigre e o Libertad, ambos no Pacaembu, onde a torcida alvi-verde apoiou fortemente seu time. Outro classificado foi o Tigre, que mostrou um anti-jogo irritante em suas partidas. A principal tática dos argentinos é a de bater em adversários, "descer a bota" realmente. Porém, não teriam passado de fase se não surpreendessem o favorito do grupo, o paraguaio Libertad, que agiu como um verdadeiro cavalo paraguaio puro sangue no jogo decisivo do grupo. Jogando em casa, o time do presidente da Conmebol, Nicolás Leoz (inclusive é ele quem dá nome ao estádio do clube), foi absurdamente surpreendido pelo Tigre, que chegou a fazer 5 a 2 e se tornar líder do grupo, após a derrota do Palmeiras para o Sporting Cristal. Todavia o terceiro gol do Libertad não permitiu a classificação argentina como primeiro do grupo, mas nada alterou a saída dos paraguaios na fase de grupos da maior competição do continente.


 Grupo 3 - Pode ser visto pelo lado avassalador do Atlético-MG, cinco vitórias em seis jogos, com Ronaldinho, Jô, Bernard e Diego Tardelli em sintonia. Também pode ser visto pelo lado são-paulino que, diferentemente das últimas participações, foi de apreensão, sofrimento, mas no final terminou sendo de alívio e um pouco de sorte. Devido ao desfalque de Luis Fabiano, suspenso, o tricolor paulista não achou um centroavante para substituí-lo e sofreu pra fazer gol nos três últimos jogos. Junto com a dificuldade em fazer gols, veio a facilidade em levar gols, acarretando em duas derrotas fora de casa para o Arsenal de Sarandi e o The Strongest. A situação no grupo ficou complicada, a equipe precisava ganhar o jogo contra o Galo e torcer pela derrota do The Strongest. O que se viu no Morumbi no dia 17 de abril de 2013 foi o que é chamado de "lavagem de alma", o estádio lotado viu o São Paulo bater por 2 a 0 um irreconhecível Atlético-MG, mais que isso, viu Ganso mostrar seu valor e Rogério Ceni liderar uma equipe que parecia desacreditada. Aliás, Rogério, que foi criticado por falhas até pela esposa de seu reserva, é vice-artilheiro do time na Libertadores 2013, atrás apenas de Luis Fabiano, cujo retorno é esperado, mais calmo, para o segundo jogo das oitavas-de-final.


 Grupo 4 - O Vélez Sarsfield mostrou-se ser o melhor argentino nesta edição da Libertadores. Líder do grupo, contou com boas atuações de Federico Insúa, Fernando Gago e Jonathan Copete. Emelec e Peñarol disputaram a segunda vaga, com o Emelec conseguindo a classificação ao bater o Peñarol por 2 a 0, em casa. Já o Deportes Iquique foi tão irrelevante no grupo que sua única vitória não impediu o Emelec de conseguir sua classificação. 

         

Grupo 5 - O atual campeão, Corinthians, obteve a classificação facilmente, perdeu apenas um jogo, para o Tijuana, no México, e passou em primeiro para a próxima fase. O fato mais comentado na participação corintiana aconteceu fora dos gramados, a morte do torcedor do San José devido a um sinalizador lançado pela torcida alvinegra ainda dá o que falar, porém houveram menos ações do que o necessário. O Tijuana, outro classificado do grupo, foi um dos destaques dessa primeira fase. Estreante na competição, por pouco não terminou invicto, na liderança do grupo. Acabou em segundo, mas melhor que alguns primeiros colocados. Fidel Martinez, com 3 gols e uma assistência, foi o destaque dos "Xolos".


 Grupo 6 - Quem viu o prognóstico no início da Libertadores feito aqui, notou que tudo o que foi dito sobre o grupo 6 aconteceu ao contrário. O Cerro Porteño, "favorito", foi lanterna. O "segundo menos pior", Tolima, terminou em terceiro. Nem preciso falar dos dois que apenas completariam o número. O Independiente Santa Fé dominou o grupo. Único invicto na competição, os colombianos passaram pelo Cerro Porteño, Deportes Tolima e Real Garcilaso com 4 vitórias e 2 empates. Omar Pérez, com 2 gols e 2 assistências, e Cristian Borja, com 4 gols, são nomes importantes na equipe. O peruano Real Garcilaso terminou em segundo. 


 Grupo 7 - Se no grupo 6 minha previsão foi totalmente contrária ao que ocorreu, o grupo 7 ocorreu conforme o esperado. Olimpia e Newell's Old Boys terminaram na frente, com a Universidad de Chile quase roubando a vaga do Newell's, porém terminando atrás. Enquanto o Olimpia contou com os gols de Fredy Bareiro e as boas atuações de Juan Manuel Salgueiro para terminar na liderança, o Newell's aproveitou-se da experiência de alguns de seus jogadores, como Gabriel Heinze e Maxi Rodríguez.

 Grupo 8 - Embora Grêmio e Fluminense passaram de fase, o enredo do grupo foi surpreendente. Nas duas primeiras rodadas, todos os vencedores foram visitantes. Além disso, os jogos mostraram toda falta de lógica do futebol. Exemplo: o Huachipato, em casa, perdeu por 3 a 1 para o Caracas, mas o jogo na Venezuela foi 4 a 0 para o Huachipato. Outro exemplo: o Fluminense derrotou o Caracas no primeiro jogo, em seguida, levou 3 a 0 do Grêmio no Engenhão, enquanto o Caracas derrotava o Huachipato, que havia vencido o Grêmio na Arena Grêmio. Entretanto, o resultado final foi positivo para os brasileiros, conforme o esperado. Barcos e Zé Roberto comandaram a equipe gremista, que terminou em segundo. Já o Flu, líder do grupo, mostrou força coletiva no momento da lesão de Fred, principal nome do time.

 Pela primeira vez, seis clubes brasileiros chegaram à fase de mata-matas da Libertadores, ou seja, todos que começaram a competição. Quatro argentinos permanecem, assim como um colombiano, um equatoriano, um mexicano, um paraguaio, um peruano e um uruguaio. O risco das duas semi-finais serem formadas por 4 brasileiros existe, por causa da forma de chaveamento. Enfim, espera-se ainda mais emoção para essa fase final da competição sul-americana.

domingo, 14 de abril de 2013

Aula do Espanhol

 Na temporada 2013 da Fórmula 1, nenhuma das duas primeiras corridas tiveram o domínio de um piloto durante toda a corrida. O GP da China foi o primeiro a ter um piloto "engolindo" os outros competidores. Em meio à troca de farpas entre os colegas de Red Bull, Vettel e Webber, quem deu uma aula de pilotagem foi o espanhol da Ferrari, Fernando Alonso, que venceu de maneira dominante em um circuito que permite muitas ultrapassagens e causa grande desgaste para os pneus.
Boa largada dos carros ferraristas 

 Logo no início, viu-se que a Ferrari ia brigar pela vitória no autódromo chinês. Largando no lado "limpo" da pista, Alonso (que largou em terceiro) e Felipe Massa (em quinto) ultrapassaram Kimi Rakkonen e Nico Rosberg e ficaram na cola de Lewis Hamilton, que conseguiu a pole. Na quarta volta, Alonso conseguiu assumir a ponta ao passar o piloto britânico, Felipe Massa aproveitou o espaço e também deixou Hamilton para trás.


Massa começou bem, pressionou até o Alonso,
mas acabou fazendo apenas uma razoável corrida
 Por ter grande desgaste dos pneus, as estratégias das equipes e pilotos foram muito importantes para uma boa corrida. Alguns optaram por começar com pneus médios, que aguentam mais voltas, como Button e Vettel. Mas a maioria preferiu começar com os macios, resultando no início das paradas antes da décima volta. Por estar na frente, a Ferrari optou pela parada do Alonso antes da parada do Felipe. Junto com o espanhol, Raikkonen também parou. Ficando uma volta a mais na pista, Massa perdeu segundos importantes devido ao desgastado pneu. Ao voltar à pista, ficou atrás de Hamilton e Raikkonen. Após o bom início, o resto da corrida do brasileiro foi razoável.

 Enquanto Massa sofria por ter ficado mais tempo do que devia com pneus macios, Alonso aproveitou estar com pneus novos para ultrapassar dois pilotos que ainda não haviam parado, Paul Di Resta e Sergio Pérez. Após as paradas de Hulkenberg e Vettel, o ferrarista foi para a segunda posição, atrás apenas de Button, quando os dois primeiros vão para os boxes.

 Sebastian Vettel chegou à liderança quando Button e Alonso foram trocar os pneus, com uma tática de duas paradas apenas, e a última nas últimas voltas, para dar o máximo que o carro Red Bull oferece com pneus macios, o alemão fez sua primeira parada e, logo em seguida, usou da melhor maneira os novos pneus, ao ultrapassar Di Resta, Massa, Hulkenberg e Button, chegando ao quarto lugar. Após as terceiras paradas de Alonso, Raikkonen e Hamilton, o tricampeão mundial voltou ao topo da classificação. Porém, a necessidade de mais uma parada tirava as chances de vitória do piloto. Ainda mais após a ultrapassagem de
Por pouco Vettel não alcança Hamilton
Alonso, que assumiu a ponta e partiu para a bandeirada final. Sobrava para Vettel a tentativa de um lugar no pódio. Sua segunda parada, para colocar pneus macios, permitiu que o carro Red Bull desse seu máximo sob o comando de Vettel para tirar uma boa vantagem do terceiro colocado, Lewis Hamilton, em poucas voltas. A vantagem foi tirada. Entretanto, o alemão só chegou no britânico na reta final. Se tivessem mais 500 metros, com certeza teríamos Vettel na terceira posição, mas o terceiro lugar ficou com Hamilton, o segundo com Kimi Raikkonen.

 
Trinta e uma vezes Fernando Alonso
 Depois de sair no início do GP da Malásia, ter sua fase questionada, até mesmo sendo cogitado que ele estaria sentindo a pressão devido às boas apresentações de seu companheiro, Felipe Massa, Fernando Alonso mostrou que sua autoconfiança permanece intacta, chegou no lugar mais alto do pódio pela 31ª vez. Agora, o piloto espanhol está ao lado de Nigel Mansell, na quarta colocação do ranking de vitórias na história da F-1. Ayrton Senna, com 41, Alain Prost, com 51 e Michael Schumacher, com 91, estão à frente de Alonso. Porém, entre os pilotos da atual F-1, não há quem esbanje tanta técnica como Fernando Alonso.      



"A equipe fez um excelente trabalho com a configuração do carro. Os pit stop foram perfeitos e rápidos. No fim, a vitória foi uma boa recompensa para todo time e, também, merecida depois do que aconteceu na Malásia. Precisamos continuar rumando na mesma direção e conquistar outro pódio no Bahrein." (Fernando Alonso)


 "Gostaria muito de ter vencido, mas Fernando esteve excelente. Além disso, não temos o mesmo ritmo de Ferrari e Lotus. Hoje, o ritmo geral não estava lá e, definitivamente, há áreas do carro que precisamos focar. Teremos algumas atualizações e precisamos continuar evoluindo. Precisamos evoluir onde estamos perdendo tempo. Temos muito trabalho pela frente, mas é uma benção estarmos tão bem." (Lewis Hamilton)

"Bom, na verdade a corrida começou muito bem, eu larguei muito bem. Eu tive um problema com o pneu dianteiro. Tinha um “graining”, o famoso macarrãozinho que vai formando no pneu, e do jeito que eu guio o “graining” ia aumentando, aumentando, aumentando e não limpava. Quando limpava era no final, faltando 5 ou 6 voltas para eu parar. Aí limpava e eu virava rápido no final, só que sofria a todo aquele momento com o pneu dianteiro. E o problema durante toda a corrida foi esse. Se não fosse esse problema, sem dúvida a corrida era outra. O carro tinha um ritmo bom quando o pneu funcionava, mas foi difícil fazer funcionar para mim." (Felipe Massa) 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

UEFA Champions League - Constatações

 As finais da UEFA Champions League temporada 2012/2013 estão aí. Real Madrid, Borussia Dortmund, Barcelona e Bayern de Munique seguem na briga pela "orelhuda" (apelido da taça da Champions). Enquanto o Real derrotou o Galatasaray, o Borussia venceu de forma heroica o Málaga. Já o Barça travou uma dura batalha com o PSG e saiu vencedor. Ao contrário do Barça, o Bayern passou facilmente pela Juventus. Porém, não é apenas isso que pode-se observar, dá pra obter algumas constatações sobre o atual momento no futebol europeu.

 Uma constatação fácil de ser feita é que o futebol italiano, em especial os clubes, estão em um momento horrível. A Juventus domina a Liga Calcio, está prestes a vencer mais uma vez o Campeonato Italiano e conquistar mais um scudetto. A mesma Juve foi dominada, em Munique e em Turin, pelo Bayern. Se a melhor equipe italiana no momento é dominada por outro clube europeu (que não seja o Barça), imagina as outras. O Milan começa a se reerguer, tardiamente, após a saída de Ibrahimovic e Thiago Silva. A Internazionale sofre com a pouca movimentação do presidente Massimo Moratti para buscar melhorar a equipe. Em meio a um cenário de clubes não muito competitivos, aparecem os clubes famosos por sempre estarem a espera de um momento para aparecer, casos de Napoli, Fiorentina e Lazio, mas nada que altere o resultado do campeão.


 Outra constatação é a de que clubes que montam "do nada" um time com grandes jogadores (o dinheiro vem e o time compra jogadores sem um planejamento adequado) consegue até ir longe em uma grande competição, mas ganhar é complicado. Mesmo assim, foi a melhor participação do Málaga na Champions, vai demorar para ter outro momento assim no clube, já que o dinheiro "secou" e a equipe não consegue mais pagar os salários de seus jogadores. Outro clube que investiu (não muito) com certa falta de planejamento foi o Galatasaray. Contrataram Drogba, Sneijder, Felipe Melo, Eboue (ex-Arsenal), mas nada que fosse tão espetacular para eliminar o Real Madrid. O PSG não está incluído nesse grupo de clubes mal planejados. Leonardo montou um elenco com certa coesão, trouxe zagueiro, lateral, meias de vários estilos e atacantes de bom nível, não apenas um bom zagueiro, um bom atacante e mais um jogador "aposta".


 Mais uma constatação: o futebol inglês está começando a perder o brilho conquistado na metade final da década passada. Com clubes multimilionários, a Inglaterra teve pelo menos um representante na final da Champions League cinco temporadas seguidas (de 2004/05 a 2008/09). Liverpool, Manchester United e Chelsea conquistaram a Europa de 2005 até 2012. Porém, na temporada atual, as equipes inglesas deram vexames. O atual campeão Chelsea saiu na fase de grupos, já o multimilionário Manchester City conseguiu a proeza de ser lanterna de seu grupo. Arsenal e Manchester United até passaram da fase de grupos. Entretanto, caíram nas oitavas-de-final. Começo de uma seca? Ou simplesmente azar dos ingleses? Isso só será descoberto nas próximas edições da Liga.


 Uma última constatação: os quatro últimos finalistas desta edição mostraram bom futebol. Bayern, Borussia Dortmund, Real Madrid e Barcelona estão no mais alto nível do futebol na Europa, ao contrário de seus respectivos adversários nos campeonatos nacionais. Os dois alemães dividem a supremacia na Budesliga há quatro temporadas. Na temporada 2009/10, o time muniquense venceu, já em 2010/11 e 2011/12 deu Borussia Dortmund. Em 2012/2013 o Bayern já conquistou o título com sete rodadas para o fim da competição. A situação não muda muito quando se fala do futebol espanhol. Fazem nove temporadas que um clube diferente de Barça-Real conquista a Liga Espanhola, com o Valência na temporada 2003/04, o máximo que conseguem é um vice-campeonato, com o Villarreal em 2007/08. Atlético de Madrid e Málaga aparecem em competições menores, mas na principal competição espanhola e na principal europeia não se destacam. Quem domina o futebol espanhol de certa forma soberana desde a década de 50 é a dupla antagônica Barça e Real.