Pages

AddThis Smart Layers

468x60

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vexame na Zona Morta


 Foram dois meses de preparo para a Copa América. O treinador Ruben Magnano teve tempo para observar, escolher e preparar a seleção que melhor poderia representar o Brasil na competição em que o país mais tem tradição no basquete. Um grupo relativamente fácil: talvez com Porto Rico um pouco melhor que os outros, mas nada, nada mesmo, que pudesse atrapalhar a classificação para a fase final. Desde as competições preparatórias, via-se uma equipe um tanto perdida, sem referências no garrafão, só que não tão perdida como esteve na hora H. 

 Na estreia, talvez a única derrota que seria "aceitável" (embora uma equipe com tanta história não deva aceitar nenhuma derrota). Um apagão do time no último quarto (24 a 14 contra) decretou a derrota para Porto Rico por 72 a 65, com direito a 24 pontos do ex-NBA Renaldo Balkman, um jogador fraco, que parecia ser o Tim Duncan para os jogadores brasileiros.

 Pronto, já perdeu o que poderia perder. O Canadá seria uma vitória por 5 ou mais pontos de diferença, certo? Bem, bem longe disso. O Brasil foi atropelado pelos canadenses como "nunca antes na história desse país". O placar em 91 a 62 no final foi algo inacreditável. O principal destaque foi o armador canadense... "Steve Nash", alguns pensaram... na realidade foi um jogador mais comum (bota comum nisso), Cory Joseph, que joga na Liga de Desenvolvimento da NBA, com 28 pontos e 9 rebotes.

 Depois de ter levado a surra do Canadá, o Brasil não teve tempo para absorvê-la, logo no dia seguinte já estava em quadra contra o Uruguai, um jogo mais fácil do que teoricamente seria contra o Canadá. Porém, as lesões de Arthur e Rafael Hettsheimeir durante o jogo prejudicou o rodízio da equipe, que sofreu no garrafão mais uma vez. Tanto é que o pivô uruguaio Esteban Batista fez o que quis. E o resultado final foi a terceira derrota brasileira, agora por 79 a 73.

 Virou obrigação ganhar da Jamaica. O quarto lugar ainda classificaria o Brasil, e livraria o time de um vexame histórico. Pois é, foi um vexame histórico. A Jamaica, com os genéricos Byron Scott e Jordan, além de Patrick Ewing jr., filho do ex-craque que brilhou no New York Knicks, mas que pouco fez no basquete, perambulou a D-League por 5 anos, e não aproveitou a chance que teve no New Orleans Hornets na NBA. O único que tinha alguma história na maior liga de basquete do Mundo era Samardo Samuels, nada de expressivo fez no fraco Cleveland Cavaliers da era pós-LeBron James. O Brasil conseguiu o "feito" inédito de perder os quatro jogos que teve na Copa América, os 78 a 76 dos jamaicanos foi o golpe de misericórdia no basquete brasileiro, que vê a incerteza do seu futuro mais próxima, no momento em que o esporte começa a se ressurgir. Para não ficar de fora pela primeira vez do Mundial, o Brasil só tem a esperança de ser convidado pela FIBA para participar, pois não teve qualidade suficiente para obter a classificação por si próprio. 

 Foi um golpe duro, mas no momento ainda dá para correr atrás. Mudanças são extremamente necessárias, tanto na seleção, quanto na CBB, como também no NBB. A Copa América sem os medalhões da NBA foi a primeira prova de fogo da seleção com base na liga brasileira, uma vez que 7 dos 12 convocados atuam  no Brasil. Se continuar tudo do jeito que está, as Olimpíadas no Rio será pior que essa Copa América.               

0 comentários:

Postar um comentário