O time a ser batido Mesmo com o Corinthians sendo campeão da Libertadores e do Mundial, o time a ser batido no Brasil é o Fluminense. Dois títulos incontestáveis, e só não complicou a vida corintiana na Libertadores por causa dos desfalques no momento decisivo. Um time que tem Fred, Deco, Cavalieri, entre outros, tem algo de especial mesmo. O Campeonato Carioca começou com a Taça Guanabara. Terminando em segundo no grupo B, o Tricolor derrotou o Botafogo na semifinal e o Vasco na final. Com a vaga na final do estadual, o treinador Abel Braga colocou o time reserva na Taça Rio, já que a Libertadores havia começado. No segundo turno do estadual, o Flu terminou em terceiro na fase de grupos, fora da fase final. Disputou o Troféu Luiz Penido, entre os terceiros e quartos colocados da Taça Rio, acabou com o título ao vencer o Volta Redonda na final. Na decisão do Campeonato Carioca, dois jogos contra o Botafogo. O primeiro já decidiu o campeão, 4 a 1 para o Tricolor das Laranjeiras, o segundo jogo foi 1 a 0 também para o Fluminense. O grupo 4 da Libertadores tinha o venezuelano Zamora, os argentinos Boca e Arsenal, além do Fluminense, que terminou como o melhor time da primeira fase da competição continental. Nas oitavas-de-final, o Internacional não foi capaz de parar o ímpeto Tricolor. Mas, uma lista de seis desfalques, entre estes Deco, Fred e Wellington Nem, complicou a trajetória do time nas quartas-de-final, contra o Boca, o mesmo que foi surpreendido na primeira fase, ao ser derrotado em La Bombonera pelo time carioca. O mesmo estádio que recebeu o primeiro jogo do duelo das quartas. Além dos desfalques, o Fluminense teve Carlinhos expulso ainda no primeiro tempo. Sobrou para Diego Cavalieri salvar o time em vários lances, menos em um, no qual Mouche fez 1 a 0. No jogo de volta, com o retorno de Nem, o Fluminense abriu o placar com Carleto. O 1 a 0 levaria o jogo para os pênaltis, até que aos 45 minutos do segundo tempo, Santiago Silva empatou e eliminou o Tricolor. Sobrou para o Nense o Brasileirão. Foi aí que eles fizeram tudo com perfeição, dando tudo certo para eles. Fazendo surgir o apelido que consagrou o time dos anos 80 das Laranjeiras, a Máquina Tricolor voltou. Ficando 32 jogos entre os 3 primeiros colocados e 17 rodadas na liderança, o time comandado por Abel Braga fora de campo, e por Fred dentro de campo, venceu incontestavelmente o campeonato nacional. Tão incontestável que o título veio com quatro jogos para o fim da competição. Agora, em 2013, o Tricolor voltará a brigar pela Libertadores e, se tudo ocorrer bem, poderá chegar ao primeiro título da maior competição da América. O que melhorar para 2013? O clube não precisa correr loucamente atrás de reforços, tem um elenco fortíssimo. Apenas contratações pontuais, muito mais para reforçar o banco, são necessárias, como um zagueiro e um lateral-direito. "Temos algumas vantagens. Temos um grupo com quase todos os contratos vigentes em 2013. Nos dá tranquilidade. Temos um dos melhores elencos do país, equilibrado. Temos toda a pré-temporada (em Atibaia) organizada. Temos um excelente trabalho nas divisões de base, que nos dá a tranquilidade de, no momento que precisarmos, podemos contar com os meninos de Xerém. Se precisarmos de uma contratação, será pontual." (Rodrigo Caetano, diretor de futebol)
Destaque do ano Fred
O capitão do Fluminense foi mais uma vez o nome do time no ano. Mesmo a defesa se tornando uma muralha, foi a soma dela com o ataque que garantiu o sucesso Tricolor, e Fred foi o artilheiro desse ataque, além de líder do elenco. Não precisa falar mais nada, apenas uma coisa: "adversário, corra! Que o Fred vai te pegar!"
Demoraram mais de 100 anos (contando a idade do clube), ou 52 anos (contando o ano de surgimento da Libertadores), mas o mais importante é que o Corinthians conquistou a América. Aliás, não só a América. Com uma presença histórica da torcida Alvinegra no Japão, o Timão venceu o Chelsea e conquistou o bi Mundial (segundo a FIFA). Vamos começar pelo início do ano. Após a conquista do Brasileirão em 2011, o planejamento corintiano foi feito para disputar a Copa Libertadores de maneira correta, diferentemente do ano passado, no qual o Deportes Tolima eliminou, na fase pré-grupos, o time paulista. Junto com a Libertadores, o clube disputou o Paulistão, e fez desse campeonato um torneio preparatório, para ver a força do time. No final da primeira fase, o Corinthians terminou em primeiro. Entretanto, nas quartas-de-final, foi eliminado pela Ponte Preta. Derrota que custou caro para o goleiro Julio César, muito criticado. Tite, então, colocou Cássio, jogador que seria decisivo nos momentos chaves do ano. O começo do Brasileirão foi um momento de testes para os reservas de Tite. Até o fim da Libertadores, o time do campeonato nacional, maioria de jogadores reservas, ficaram na parte de baixo da tabela. Mas foi no Brasileiro que apareceu outro nome importante de 2012. Contra o Palmeiras, no Pacaembu, Romarinho acabou com o jogo, marcando dois gols e garantindo a vitória por 2 a 1. De volta para a Libertadores. Na fase de grupos, o Corinthians terminou como o segundo melhor time do torneio, atrás apenas do Fluminense. Nas oitavas, pegou o Emelec, zero a zero no primeiro jogo, mas 3 a 0 no Pacaembu. Nas quartas, o duelo que viria a ser o mais difícil do ano, contra o Vasco. Depois do 0 a 0 em São Januário, o jogo no Pacaembu foi sofrido, com direito ao lance mais impressionante do ano: Diego Souza pega a bola no meio de campo e corre em direção ao gol, sem ninguém por perto. Cara a cara com Cássio, o vascaíno chutou e o paredão corintiano deu uma triscada na bola e ela foi para fora. No fim do jogo, Paulinho fez o gol da vitória alvinegra. Na semi-final, o Santos de Neymar não foi páreo para o unido grupo de Tite, com 2 a 1 no resultado dos dois jogos o Corinthians foi à final da Libertadores pela primeira vez. O adversário? O multicampeão Boca Juniors, com La Bombonera como palco para o primeiro jogo. O placar era de 1 a 0, até que Romarinho garantiu o empate. Embora ele não seja filho do Romário, como a imprensa argentina afirmou, Romarinho também aprontou pra cima dos argentinos. No Pacaembu a vitória por 2 a 0 garantiu o título da Libertadores para o Corinthians, além da vaga para o Mundial de Clubes, no Japão. No Brasileirão, Tite alternava muito os jogadores, para dar chances a todos, até mesmo o chinês Zhizhao teve uma chance. Mesmo não jogando com todas as forças, o Corinthians terminou em sexto lugar o campeonato nacional. O campeonato que importava no segundo semestre era o Mundial de Clubes. No Japão, a presença de 20 mil torcedores do Timão ajudou nas vitórias. Foram apenas dois gols no campeonato, ambos de Paolo Guerrero. Os dois gols que valeram o Mundo, um contra o Al-Ahli (Egito) e o inglês Chelsea, na final. O Corinthians termina o ano no topo do Mundo. O que melhorar para 2013? O elenco é forte, mas a movimentação da diretoria para trazer reforços é grande. Isto deixará o Corinthians mais forte e mais competitivo para disputar o bi da Libertadores. Um zagueiro chegando seria bom. "A gente tem que entrar para ganhar tudo em 2013, dar o melhor de nós. No começo é difícil, no Paulistão, mas nosso elenco é maduro. Alguns vão voltar antes, mas a partir da quarta ou quinta rodada voltam os titulares também, pelo que estamos sabendo. O calendário terá mais competições em 2013, a gente está sujeito a isso e tem que se preocupar só em jogar"(Ralf, volante do Corinthians) Destaque do ano Tite
Éincrível como o time do Corinthians tem a cara do técnico. Ninguém se destaca mais do que Tite. Mesmo com Cássio aparecendo em momentos importantes, assim como Romarinho e Emerson, nada foi tão destaque quanto o trabalho de Adenor Leonardo Bacchi. Mais um ano que Tite é o principal nome corintiano.
O ano do Flamengo foi muito problemático. Fora de campo, a falta de dinheiro levava à salários atrasados e até mesmo ao corte da linha telefônica, devido ao não pagamento das contas. Dentro de campo, o time não conseguiu corresponder. Ronaldinho saiu por não pagarem seu salário. Sem dinheiro, o Rubro-negro teve dificuldades para contratar, e nada conquistou em 2012. No Campeonato Carioca, o desempenho do Fla não foi lá tão bom. O time não passou das semifinais, tanto na Taça Guanabara, como na Taça Rio. Mas, o grande "papelão" foi na Libertadores. Ainda com Ronaldinho em campo, o clube saiu ainda na fase de grupos, terminando em terceiro, atrás de Lanús (ARG) e Emelec (EQU). Em 2012, o Flamengo começou sendo treinado por Vanderlei Luxemburgo, mas algumas divergências entre ele e Ronaldinho acabaram tirando o treinador, ainda em fevereiro. Assumiu Joel Santana, com seu estilo "paizão". Só que Joel durou pouco, saindo ainda na décima primeira rodada do Brasileirão. Em seu lugar, chegou Dorival Júnior. Entretanto, os altos e baixos continuaram. O time não conseguia se manter no alto da tabela. No primeiro turno, chegou a ficar em sétimo. No segundo turno, chegou a brigar contra o rebaixamento. A instabilidade - dentro e fora do campo - apenas garantiu o décimo primeiro lugar no campeonato nacional. Fora os problemas nos campeonatos, também teve o fato dos cortes de luz e telefone, devido ao não pagamento das contas. A fase no Ninho do Urubu não foi boa esse ano. O clube até pediu o dinheiro antecipado de seu novo fornecedor de material esportivo, a Adidas, que irá confeccionar o manto Rubro-negro apenas em maio do ano que vem. OBS - Adriano esteve no Flamengo durante boa parte do ano. Esteve, nada mais que isso. O que melhorar para 2013? O novo presidente, Eduardo Bandeira de Mello, terá muito trabalho para recuperar economicamente o clube, ao mesmo tempo que terá que reforçar o elenco. Zagueiro, meias e um atacante é o mínimo preciso. A contratação de Paulo Pelaipe como diretor executivo dá certo profissionalismo na busca pelas contratações. "Temos os nomes e estamos conversando, mas é política minha a de divulgar os detalhes apenas quando tudo estiver acertado. Não falo em hipótese. A torcida pode ter certeza de que nós estamos trabalhando e vamos montar um time forte"(Paulo Pelaipe) Destaque do ano Vágner Love
Embora ele tenha sofrido por um tempo do ano com a falta de gols, aqueles que fez foram importantes para que nada pior ocorresse. Vágner precisa de companheiros que o ajudem mais para fazer mais diferença, mas essa parte não é com ele, e sim com a diretoria.
A permanência de Felipão para 2012 foi uma boa notícia. Só que os "camarões" que ele pediu para esse ano não vieram. Aliás, chegou uma baleia. Daniel Carvalho, muito acima do peso, chegou através de uma troca com o Atlético-MG. O Palmeiras saiu na pior, cedeu Pierre pelo meia gorducho. A única contratação bem sucedida do ano foi a de Hernán Barcos. O time não estava preparado para disputar um campeonato forte, muito menos dois campeonatos simultaneamente. Foi assim, com poucas expectativas, devido ao pouco que se mudou de 2011 para 2012, que o ano Alviverde começou. O quinto lugar na primeira fase do Paulistão reforçava o sentimento. A competição estadual acabou nas quartas-de-final para o Palmeiras, sendo eliminado pelo Guarani. Só que o semestre ainda não havia acabado para o clube. Na Copa do Brasil, o time ia bem, graças à experiência de Felipão nos mata-matas. Experiência que garantiu vitórias como os 2 a 0 contra o Grêmio, na semi-final, e os 2 a 0 contra o Coritba, na final, quando o clube paulista sofria pressão o jogo todo, sem sofrer gols, até conseguir gols "milagrosos" que garantiam as vitórias. O título da Copa do Brasil veio. Depois de 12 anos, o Palmeiras voltava a conquistar um torneio nacional. Entretanto, a conquista da Copa do Brasil maquiou o péssimo elenco que o Alviverde possuía. O Brasileirão fez a diretoria, a torcida e todos acordarem para relembrar o quão fraco é o time palmeirense. De forma melancólica, ficando 32 das 38 rodadas na zona de rebaixamento. Os problemas no Palmeiras não acabavam dentro de campo, fora dele também havia um clima bem complicado para jogadores e comissão técnica trabalharem. Assim, Felipão caiu. Assumiu Gilson Kleina. Porém, nada que ele tentasse para evitar o rebaixamento surtia efeito no time já desnorteado há um bom tempo. Passaram-se 130 dias após a conquista da Copa do Brasil, e a alegria do torcedor já se exauria. Em Volta Redonda, o gol do ex-herói Vágner Love derrubava o Palmeiras para a segunda divisão, após 10 anos desde a primeira queda de divisão Alviverde. Na qual Love fora um dos principais responsável pela volta à série A. A queda do Palmeiras mostrou não só a fraqueza do elenco, como também a fraqueza dos dirigentes e de suas máfias, brigando no conselho deliberativo, além de barrarem um processo por votos diretos na eleição presidencial do clube. O que melhorar para 2012?
Infelizmente, as eleições no Palmeiras só acontecerão no final de janeiro. Além disso, o anedótico presidente, Arnaldo Tirone, não poderá gastar nem um centavo até a data das eleições. Logo, se o palmeirense espera grandes nomes chegando ao clube, terá que esperar, ou até mesmo não ver isso acontecer. A manutenção de Barcos e Marcos Assunção é importante. Vender Valdivia é uma boa chance de se obter dinheiro para reforços. Além de aproveitar o retorno de Souza, que se destacou no Náutico, voltando de empréstimo. O futuro do clube é cinzento, mas a esperança é verde. "A gente está indo para um mercado onde todos estão. Os preços inflacionam, são jogadores de qualidade, que têm contato longo. Também são bem remunerados. O Palmeiras tem feito os compromissos que pode cumprir. Esse é um dos desafios. A gente é até criticado por isso. Mas estamos dando passos seguros. Não é que não tem dinheiro. Mas não dá para fazer loucura" (César Sampaio, diretor de futebol do Palmeiras) Destaque do ano Hernán Barcos
É difícil se destacar em nível nacional em um clube passando por má fase. Barcos conseguiu esse feito. Prometeu 27 gols na temporada, acabou fazendo 28. Decidiu muitos jogos e, junto com Marcos Assunção, se tornou líder do elenco, ainda órfão do goleiro - e santo - Marcos. O atacante foi tão bem que conseguiu ser convocado para a seleção argentina, jogando com Messi, Mascherano, Agüero e os outros principais jogadores. É devido às chances que surgiram na seleção de seu país que Barcos está em um impasse para renovar contrato com o clube paulista. Disputar a série B poderá afastá-lo das convocações. Entretanto, disputar a Libertadores seria muito bom para ele. Não é arriscado dizer que a decisão de Barcos definirá seu futuro no Palmeiras, além do futuro do próprio time.