O Cruzeiro foi o último brasileiro na Libertadores |
De forma negativamente histórica, o Cruzeiro foi eliminado na Libertadores para o argentino San Lorenzo e decretou o fim da competição para o futebol brasileiro. Desde 1991, teve-se em todos os anos pelo menos um tupiniquim nas semifinais. Nos 23 anos, foram 12 Libertadores vencidas por clubes brasileiros. Mais que isso, desde 2010 só dava Brasil na conquista do título. E quando o futebol nacional é considerado muito superior ao disputado pelos vizinhos de América do Sul, eis que ocorre o maior vexame do esporte no século XXI.
O vexame já tinha começado na fase de grupos. O inovador Atlético Paranaense demitiu o treinador que classificou a equipe no Brasileirão, Vágner Mancini, não renovou com seu principal jogador, Paulo Baier, e decidiu contratar o espanhol Miguel Ángel Portugal (sim, ele é espanhol), que treinou o Real Madrid...B. Todas as mudanças fizeram o Furacão perder força e ser eliminado por Vélez Sarsfield, da Argentina, e o boliviano The Strongest, que de forte não tem nada. Outra equipe, essa menos inovadora, o Botafogo, apostou no treinador da categoria de base e no atraso dos salários. Terminou em último do grupo, atrás inclusive do inexpressivo equatoriano Independiente del Valle. Pra encerrar, o rubro-negro campeão da Copa do Brasil, que ficou por um triz do rebaixamento, mas acreditou no sucesso da equipe, mesmo sem seu principal jogador, o volante Elias. Resultado: duas derrotas para o mexicano León, uma derrota e um empate para o Bolívar, terceira posição na classificação. E foram-se três já na primeira fase.
Chegando nas oitavas-de-final, a soberba do futebol brasileiro fazia questão de acreditar em mais um título pintado de verde e amarelo acontecesse o que fosse. O Brasil se mal acostumou. Falava-se pouco de Bolívar, Defensor, Atlético Nacional, o qual deu um baile no atual campeão, Atlético Mineiro, que não teve horto que matasse o time colombiano. Falava-se pouco de Felipe Guedoz (brasileiro do Defensor), Gustavo Canales (artilheiro do Unión Española) e Ignacio Piatti, do San Lorenzo, que já havia eliminado o Botafogo, passou pelo Grêmio em Porto Alegre e deu uma lição de como se joga Libertadores para o Cruzeiro, o último dos brasileiros, nas quartas.
Os semifinalistas são o Nacional, do Paraguai, o Defensor Sporting, do Uruguai, o San Lorenzo, da Argentina, e o Bolívar, da Bolívia. Escolha uma equipe para torcer. Se preferir clubes centenários, mas secundários de seus países, tem três opções. Tanto Nacional, Defensor e San Lorenzo ocupam a mesma posição de coadjuvante em seus respectivos países. Já o Bolívar é a força surpreendente do futebol boliviano, nunca visto como importante na América. Estas são as opções para os brasileiros que não querem perder o costume de torcer. Quem não quiser, que vá ver um filme ou desligue a televisão, pois não haverá mais Brasil na Libertadores até a final, pra tristeza daquele narrador e daquela emissora.
A falsa certeza de que somos melhores, sem observar a vizinhança, custou caro, mais até que os jogadores contratados a peso de ouro pelos clubes brasileiros, mesmo estando eles longe de merecer o valor que recebem. Uma vez que estes foram pagos para certificar tal superioridade, mas perderam para equipes com folhas salariais bem menores. Dinheiro não é tudo, falta saber com o que gastar. Aí pecamos.
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