Argelinos comemoram o gol marcado por Feghouli |
No penúltimo jogo da primeira rodada, a Bélgica, com a chamada "geração de ouro", enfrentou uma guerreira Argélia. Inicialmente marcando forte e pressionando o principal jogador belga, Eden Hazard, os argelinos surpreenderam. Aos 21 minutos, Feghouli sofreu pênalti de Vertonghen, ele mesmo bateu e tirou um zero do placar. A pressão da Bélgica foi enorme a partir daí, até porque a Argélia se abdicou de atacar e chegou a fazer uma linha de oito jogadores na defesa, uma verdadeira muralha. Mesmo assim, daria para os "Diabos Vermelhos" criarem mais chances de gol do que criaram, já que a defesa argelina, embora bem fechada, dava espaço para o toque de bola entre os armadores de jogadas. O problema é que esses tais armadores eram o volante Witsel, o zagueiro Kompany e os laterais Vertonghen e Alderweireld, todos defensivos, com De Bruyne apagado. O técnico Marc Wilmots resolveu não abrir mão de nenhum jogador da linha de defesa e complicou o jogo para sua equipe. Até que, enfim, ele resolveu mexer no segundo tempo.
Fellaini comemora o gol de empate com Wilmots |
Tá certo que não foi uma mudança de ideal do técnico belga (continuou com a linha composta por Alderweireld, Kompany, Van Buyten e Vertonghen), mas quem entrou mereceria muito não ter ficado no banco, pelo menos não por tanto tempo. Mertens, Fellaini e Origi substituiram Chadli, Dembélé e Lukaku e fizeram De Bruyne aparecer para o jogo e ajudar Hazard a comandar a virada dos europeus. Fellaini, de 1,94m, aproveitou cruzamento de De Bruyne e empatou aos 24". Exatos 10 minutos depois, Hazard puxou um dos poucos contra-ataques cedidos pela Argélia, passou para Mertens que fuzilou pro gol. Virada importante para a Bélgica. A "geração de ouro", terceiro elenco mais jovem do Mundial, não estreou do jeito que esperava, mas no sufoco também deu para conquistar 3 pontos.
Já na abertura da segunda rodada, ninguém pontuou mais do que 1. No Castelão lotado, Brasil e México travaram o que já pode ser considerado um clássico do futebol latino-americano do século XXI. Começando pelas arquibancadas, o "¡Puto!" trocado a cada tiro de meta cobrado por Júlio César ou Ochoa deu o tom. O que também deu o tom, só que em campo, no primeiro tempo foi o domínio do meio-campo e os chutes de fora do México, enquanto o Brasil procurava jogar pelos lados, buscando Fred na área ou apostando na individualidade de Neymar no meio, mas a falta de criação de jogadas e o já citado domínio mexicano do meio-campo se sobrepuseram e o jogo foi para o intervalo em 0 a 0.
Pra tentar alterar a história da partida, Felipão colocou Bernard no lugar de Ramires (substituiu o lesionado Hulk) e, logo no início da segunda etapa, o talismã de Scolari fez jogada em velocidade pela esquerda, cruzou, mas a defesa evitou que a bola chegasse em
Neymar. Mas quem evitou gol mesmo no México foi o goleiro Ochoa. Ainda na etapa inicial, defendeu alá Gordon Banks na Copa de 70 (na qual o inglês tirou o gol de cabeça de Pelé na linha) uma cabeçada de Neymar, fechou o ângulo de Paulinho em uma jogada de um contra um. No segundo tempo, evitou outro gol de Neymar e salvou em outra cabeçada, dessa vez de Thiago Silva. O México não sofreu só pressão, também pressionou, com perigosos chutes de fora da área, que exigiu um Júlio César bastante atento. Pressão pra lá, pressão pra cá, e o jogo terminou 0 a 0. Vai entender o futebol, né?
A defesa da Copa (até agora) feita por Ochoa |
Neymar foi pra rede, a bola não |
É bom que se diga que se tinha uma equipe merecedora da vitória, essa era o México. Dominou boa parte do jogo e esteve taticamente melhor durante praticamente os 90 minutos. O Brasil "penou" pra conseguir chances de gol, muito porque as alterações de Felipão não surtiram tanto efeito (Bernard fez uma ou outra boa jogada, porém não seria ele quem tiraria o domínio mexicano do meio; Jô substituiu Fred, sem comentários; Willian entrou no lugar de Oscar, mas teve pouco tempo para jogar). Um empate com gols seria mais justo, mas enfim...
A primeira rodada terminou depois do jogo inicial da segunda (entendeu?). Outro empate! Rússia e Coréia do Sul fizeram na Arena Pantanal uma partida fraca. O futebol burocrático russo contra a organização tática mas pouca técnica dos sul-coreanos rendeu um 0 a 0 até os 67 minutos, quando o goleiro russo Akinfeev trouxe emoção à partida.
Akinfeev tentou se recuperar da falha, em vão |
Kerzhakov fez um gol importante, tanto para a Rússia, quanto para ele mesmo |
Em chutes anteriores, ele já não demonstrava muita confiança, quase sempre defendendo em 2 tempos. Até que Keun-Ho bateu de longe e o goleiro tentou agarrar pela primeira vez, passou entre seus dedos, caindo dentro do gol. O 1 a 0 contra fez a Rússia sair da inércia. Fabio Capello fez sua equipe mais ofensiva, com a entrada de Dzagoev (entrou pouco antes do gol) e Kherzakov. Inclusive foi ele, que defendeu a Rússia por uma partida em 2002 e passou 12 anos à espera de outra vez estar num Mundial, considerado em má fase (como o suíço Seferovic), foi quem marcou o gol de empate. Aproveitou o bate-rebate na área para empatar a partida e a disputa de maior artilheiro da Rússia (pós-União Soviética) de todos os tempos, igualando os 26 gols de Vladimir Beschastnykh. Depois disso, os russos arriscaram algumas jogadas, mas nada mais entrou na rede. Segundo empate do dia. Chega de "coluna do meio", gente!
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