Diário da Copa - 23º dia

Adieu, Les Bleus! ¡Adiós, Cafeteros! Numa tarde de zagueiros

 Um Maracanã lotado viu um duelo entre europeu valendo vaga na semifinal. Enquanto a Alemanha tinha Lahm na lateral-direita (pela primeira vez iniciando um jogo em sua posição original) em um 4-2-3-1 com Klose como centroavante (sobrou para Götze o banco de reservas), a França optou por Griezmann como titular no lugar de Giroud, na formação usada no segundo tempo da partida contra a Nigéria. Nos primeiros minutos, um jogo aberto. Os alemães tentaram chegar, mas a defesa francesa bloqueou as finalizações de Müller e Kroos. Benzema também arriscou, a bola passou perto da trave. Griezmann foi outro que tentou o gol, porém não foi ele quem marcou. Na cobrança de falta para a área, Hummels acertou a cabeça na Brasuca, que tocou na trave antes de entrar. 

Llorris olha para Brasuca balançando a rede no Maracanã

 Após a abertura do placar, a Alemanha segurou o jogo, manteve a posse de bola, até criou algumas chances, mas nada de especial. Os franceses chegaram em alguns lançamentos, com Valbuena tendo a maior chance, após passe de Griezmann, só que Neuer estava lá e espalmou a bola. O primeiro tempo terminou com vantagem para a Mannschaft.

Neuer faz boa defesa no chute cruzado de Valbuena

Pogba fez boa partida, mas não conseguiu levar a França à vitória

 Precisando marcar, a França foi pra cima na etapa final. Dominou as oportunidades de gol e conseguiu empatar na posse de bola. Porém, a defesa alemã se fechou muito bem, destaque para Hummels que, além de ter feito o gol, não deixou espaço para Les Bleus. Com a Alemanha precisando de mais velocidade no contra-ataque, sobrou pra Klose sair (não foi dessa vez que ele ultrapassou Ronaldo na artilharia de todas as Copas), entrou Schürrle. Neuer mostrou frieza e a qualidade que possui quando foi obrigado a fazer as defesas, sem muito alarde. Aliás, frieza foi o que não faltou para os alemães segurarem o jogo, evitaram o empate francês e se classificaram para sua 13ª semifinal.

Brasileiros e colombianos a caminho do gramado do Castelão, em Fortaleza

Paulinho, Fernandinho e Maicon
 foram as escolhas de Felipão para o meio e a lateral-direita

  No segundo jogo do dia, foi a vez de Brasil e Colômbia disputarem pra ver quem iria pegar a Alemanha. Com Luiz Gustavo suspenso, Felipão optou por Fernandinho e Paulinho como volantes e Maicon na lateral direita no lugar de Daniel Alves. Defensivamente, a Seleção Canarinho manteve o alto nível. Júlio César seguro, Marcelo conseguiu parar Cuadrado, quando não deu, tinha Paulinho ou Fernandinho para ajudar. Fernandinho, aliás, foi bem na marcação de James Rodríguez e Maicon fez uma boa cobertura pelo lado direito da defesa. Quem disse que o Brasil não jogou com 3 volantes? Oscar foi um dos principais ladrões de bola da equipe (ainda não foi o armador de jogadas que se esperava no Mundial, atua como um "falso 10" no esquema de Felipão, o problema é que ninguém joga como 10, era pra ser ele...). Pra fechar, falta citar os zagueiros - e artilheiros - Thiago Silva e David Luiz. Se os atacantes deixaram a desejar, os dois defensores foram pra frente e decidiram, tanto lá como cá. 

Thiago Silva abriu o placar

Cuadrado não teve espaço para jogar
 e foi substituído no segundo tempo

 Logo aos 6 minutos, Thiago Silva fez o gol e mostrou que o Brasil estava diferente depois do sofrimento das oitavas-de-final. Estava mais Brasil, ao contrário da Colômbia. Los Cafeteros sentiram a pressão de jogar contra uma seleção pentacampeã do Mundo, principalmente os atacantes. James Rodríguez encontrou dificuldades para armar as jogadas, não teve espaço pra isso. Cuadrado amedrontava mais pessoas do que o 10 da Colômbia, mas também foi anulado. 

David Luiz cobra a falta que resultaria no segundo gol

 O primeiro tempo do Brasil foi seu melhor da Copa. A intensidade característica da equipe na Copa das Confederações enfim apareceu. Nos últimos 45', com algumas alterações táticas do treinador José Pékerman (como a ida de James Rodríguez mais para a esquerda e a aproximação de Guarín no ataque), a seleção cafetera conseguiu mais espaço. Não tinha momento melhor para sair o 2º gol tupiniquim. David Luiz, numa bela cobrança de falta, deixou a seleção anfitriã mais perto da semifinal.

Vibração de David Luiz após ampliar o placar para o Brasil

 A pressão da Colômbia gerou um pênalti. James Rodríguez encontrou Bacca dentro da área, que foi derrubado por Júlio César. James converteu, dois a um e sufoco garantido para o Brasil até o fim da partida. Só que mais nada entrou no gol. Fim de papo! Brasil e Alemanha farão uma das semifinais da Copa.

Jogadores brasileiros consolam James Rodríguez

Neymar sai de campo pra nunca mais voltar na Copa 2014

 Após a partida, o choro de James Rodríguez, maior destaque colombiano no Mundial, foi destacado. Sobrou até para David Luiz, Marcelo e Daniel Alves consolar o jovem jogador da equipe adversária. Fim de Copa pra ele e também para Neymar(!). Uma fratura na terceira vértebra lombar tirou o camisa 10 brasileiro da competição. Por mais triste que isso seja (o Brasil perde seu principal fator de decisão!), deve-se ressaltar que, contra o Chile e a Colômbia, Neymar esteve muito abaixo de seu normal. Hoje, inclusive, errou bastante, criou pouco. O problema é quem será o substituto dele. Quem tem capacidade no mal escalado banco de Felipão de suprir um pouco a falta de uma estrela no time? Pra piorar, Thiago Silva cumprirá suspensão por ter tomado 2 cartões amarelos. Haja coração! (não poderia faltar essa frase).