Pages

AddThis Smart Layers

468x60

terça-feira, 8 de julho de 2014

Diário da Copa - 27º dia

 Choque de realidade
Gol da Alemanha (não sei qual, perdi a conta)
Entrada triunfal, público em delírio, pronto para ver uma luta fantástica entre dois pesos-pesados. De um lado, o dono da casa, com o público a seu favor, mas longe de ser o que já foi. Do outro, um lutador extremamente bem preparado, focado e frio. Depois do show da entrada, com direito a um musical "patriótico" de dar inveja, começou a luta. O lutador anfitrião arriscou alguns golpes, movimentou-se bem, parecia o dia dele. Porém, assim que o adversário começou a atacar, nosso lutador já sentiu, logo na primeira pancada que levou, que a luta não duraria muito. Apanhou, apanhou, apanhou como nunca tinha apanhado antes. O público, antes simples torcedores, passaram a suplicar para o espancamento em público terminar, e terminou, com o lutador da casa no chão, próximo da morte. Pra quem ainda não percebeu, esta é a história da luta entre Apollo Creed ("O Doutrinador") e Ivan Drago no filme Rocky IV, mas também pode ser usado para contar a história de Brasil 1 x 7 Alemanha na semifinal do Mundial.
Deve ter sido gol, né? Na dúvida...
 Era uma tragédia anunciada, embora fora além do que o mais pessimista brasileiro pensava que seria. O Brasil vinha tendo mais sorte do que juízo, no limite entre o vexame e a conquista, porém vinha obtendo os resultados necessários. Com Neymar ou sem Neymar, a surra seria a mesma. Felipão optou por Bernard no lugar do lesionado camisa 10 da Seleção numa esquema tático que colocou a equipe jogando aberta, em busca de jogadas pelas laterais, principalmente pelo lado esquerdo da defesa alemã. Um gol logo no início daria uma boa vantagem para o Brasil, mas teria que fazer rápido, nos primeiros 5 minutos, senão a Alemanha aproveitaria os espaços no meio-campo e poderia ela marcar. Foi assim. Bernard e Hulk faziam os ataques pelas laterais, buscavam a área, sem sucesso. A falta do meio-campo criou novamente um abismo entre defesa e ataque, aí ficou difícil permanecer avançando sem a qualidade necessária.
Bernard foi a surpresa na escalação do Brasil, mas foi facilmente anulado pelos rubro-negros alemães
 Em uma saída errada pela esquerda, a defesa brasileira ainda conseguiu evitar um remate da Alemanha ao mandar a Brasuca pra escanteio. Na bola aérea, como em '98, 2006 e 2010, Müller mandou pra dentro após excelente movimentação dos jogadores alemães, que correram todos da segunda para a primeira trave, apenas Müller fez o caminho inverso, surpreendendo seu marcador, David Luiz. O gol acalmou a seleção europeia e deixou a brasileira obrigada a empatar, foi aí que ela se perdeu. O fraco meio-campo dificultava a criação ofensiva, os jogadores avançavam, mas sem qualidade. Nos contra-ataques, os alemães chegaram. Em 6 minutos, dos 22' aos 28', a Alemanha fez 4 gols. Acabou com a partida. Ainda fez mais 2 no segundo tempo. O Brasil fez o gol de "honra", mas não mereceu a honra de marcar na meta defendida por Neuer.
Reação de Fred e Oscar após mais um gol da Alemanha
 Tá certo que a pancada foi grande, abriu uma ferida gigantesca. Porém, tem-se que pensar o que fazer no futuro para não chegar a acontecer algo parecido novamente, quanto antes melhor. Não se pode "queimar" essa geração, embora alguns jogadores deixaram a desejar, tem potencial para fazer mais. Precisa sim mudar o que acontece fora dos gramados na Seleção Brasileira de Futebol. Além de tática e técnica, preparação e muito
Felipão "coroou" seu retorno à Seleção
 com uma goleada inacreditável
treino fazem tanta diferença quanto. Preparar uma equipe com tanta badalação e compromissos com patrocinadores, pouca privacidade e poucos treinamentos em si não dá. A caravana da CBF, puxada por José Maria Marín e Marco Polo Del Nero, que é quem mais lucra nesse marketing da Seleção e nomeou a dupla tetra-penta, Felipão e Parreira, para comandar a equipe, leva boa parte da culpa. Faltou inovação dos ultrapassados treinadores ex-campeões mundiais. Conseguiram, em 100 anos de Seleção Brasileira de Futebol, fazer a pior equipe, que levou a maior goleada da história da equipe tupiniquim.
 Os 7 a 1 vai além da seleção brasileira, é um retrato do futebol brasileiro. Seria muito ruim para o esporte ver o Brasil, fraquíssimo e aos trancos e barrancos, chegar ao título Mundial. Não se pensaria em mudar tanto como será pensado depois da surra de hoje. De fato, precisa-se mudar o pensamento, tático, técnico, de formação de jogadores, mas isso só vai acontecer com uma mudança enorme na CBF, o que por enquanto não se vê no futuro da principal entidade do futebol nacional.

Aí está: Klose, maior artilheiro das Copas, com 16 gols
 Fora uma Seleção perdida, teve uma Alemanha que fez o que sempre faz em suas partidas: posse de bola em busca do gol, aproveitando as oportunidades e os espaços dados. Foi assim que Müller, Klose - ultrapassando Ronaldo e se tornando maior artilheiro da história das Copas -, Kroos (por duas vezes), Khedira e Schürrle (também duas vezes) chegaram aos gols. Depois de atropelar o Brasil, Die Mannschaft vai com apetite para a final, nunca estiveram tão próximos do 4º título desde o tri em 1990. Mais do que 2002, pois dessa vez tem um time com qualidade suficiente para ganhar. Sexta-feira será mais falado sobre os alemães por aqui.      

              

0 comentários:

Postar um comentário