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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Meta olímpica?

 Falta pouco para os Jogos Olímpicos de 2016 começarem (sim, pouco. Num planejamento olímpico, dois anos é pouco). Mesmo com as obras num estado "cru", dizem que vai ter Olimpíada, mas enfim, não será disso que o texto falará (em breve). O que se falará aqui é da expectativa do COB, em especial do superintendente Marcus Vinícius Freire, de conquista de
medalhas em 13 ou 14 modalidades, a fim de entrar no top 10 do ranking geral dos Jogos, algo inédito para o país. "Uma coisa é meta, outra coisa é obrigação, traçamos lá atrás em 2009. Não traçamos ser top 5 porque é impossível. Estar no top 10 é uma meta arrojada, mas é factível. Se não tiver 27 medalhas, tiver 26 e ficar em 11º, faz parte do jogo", afirmou Freire.


 A meta do COB conta com uma divisão dos esportes em 4 grupos. O 1° é formado por modalidades "vitais", que possuem histórico de conquistas do Brasil e maior garantia de medalhas, casos do vôlei, vôlei de praia, vela, natação, atletismo, judô e futebol. O 2° é composto por modalidades potenciais, que obtiveram bons resultados nos últimos eventos e vêm em ascensão, como boxe, ginástica e taekwondo. O 3° grupo é constituído por esportes que podem vir a ganhar medalha e contribuir para a meta brasileira, mas sem grandes expectativas, as chamadas modalidades contribuintes, estão entre elas handebol, ciclismo BMX e pentatlo moderno. O último é chamado de "legado", com o objetivo apenas de evolução para próximas Olimpíadas, como hóquei sobre grama, esgrima, rúgbi e badminton.  

 Se o COB tem a meta de chegar no top 10 com 27 medalhas, o Brasil terá que obter por volta de 8 ouros, no mínimo. Isso porque, nas edições passadas, aqueles que conseguiram ficar entre os 10 melhores com por volta de 27 medalhas, obtiveram 8 douradas, é o caso da Itália em 2012 e 2008. A Austrália, 10ª na última edição, teve 7 de ouro, porém conquistou 35 medalhas. A França, em 2008 chegou à 10ª posição com 7 ouros, 41 no total. Esperar chegar ao top 10 é esperar medalhas de ouro (é o que interessa na contagem do COI). Portanto, o COB tem como meta a melhor campanha da história do país. Será que o comitê faz o suficiente para isso acontecer?

 Quais esportes dos 4 grupos que o COB formou tem mais chances de subir ao pódio daqui dois anos?

 Judô - Teve boa participação em Londres 2012, com uma medalha de ouro (de Sarah Menezes) e 3 bronzes (de Mayra Aguiar, Felipe Kitadai e Rafael Silva). Além dos atletas medalhistas da última Olimpíada, o esporte ainda conta com Rafaela Silva, Érika Miranda e Maria Suelen Altheman como esperanças de grandes feitos em 2016.


Natação - Sempre tem expectativa de medalhas. No Rio, Cesar Cielo, Thiago Pereira e Felipe Lima podem se destacar nas piscinas. Já Poliana Okimoto, Ana Marcela Cunha e Allan do Carmo são chances de medalhas em águas abertas.

 
Handebol - O título mundial conquistado em 2013 pelas meninas do Brasil dão a esperança de um maior crescimento profissional para o esporte no país, o que poderá ter bons resultados futuros. Em 2016, a base da equipe será a de 2013 provavelmente, mais experiente (Alexandra Nascimento, principal jogadora da seleção, estará com 34 anos, por exemplo). Pode ser a Olimpíada delas.

 Boxe - A campanha histórica em 2012, com uma prata e dois bronzes, pode ser repetida ou até mesmo superada no Rio. Para isso, o Brasil conta com Robson Conceição (prata no Mundial de 2013), Patrick Lourenço (quarto lugar no Ranking Mundial no final de 2013), Everton Lopes (campeão mundial em 2011 e bronze em 2013, tem experiência de duas Olimpíadas) e Juan Nogueira (nome promissor no peso-pesado). Esquiva e Yamaguchi Falcão, medalhistas em Londres, estão de fora, pois se profissionalizaram.

 Futebol - Depois da campanha fraca (no mínimo) na Copa 2014, a CBF se volta para a Olimpíada. Embora seja praticamente medalha garantida, a dourada nunca foi conquistada.  Alexandre Gallo será o encarregado de montar a seleção para 2016, em busca do até agora inalcançado ouro, que passou de geração pra geração, mas ninguém chegou lá. O futebol feminino não é tão valorizado pela CBF e isso pode causar resultados pouco desejados. O que mantém a equipe no caminho é o talento de Marta e suas companheiras.  

 Vôlei - Se tornou o principal esporte fonte de ouros do Brasil. Tanto masculino como feminino mantém chances de medalhas a cada ciclo olímpico. No entanto, Estados Unidos e Rússia possuem forças suficientes para dificultar a vida das duas equipes brasileiras. Além das duas potências, Sérvia, Itália, Irã e Polônia podem atrapalhar os homens e China, Sérvia e Japão as mulheres.

 Vôlei de praia - Já em 2012, a concorrência no esporte era alta. Tanto é que o Brasil não conseguiu ouro nem no masculino (prata com Alisson e Emanuel) nem no feminino (bronze com Juliana e Larissa). Em 2016, o problema será maior ainda. No Circuito Mundial de 2014, nenhuma dupla masculina brasileira venceu uma etapa da competição (foram 9 até agora) e só duas femininas venceram uma cada (em 10 etapas). Alison/Bruno e Pedro/Emanuel são as principais duplas do país entre os homens e concorrem atualmente com fortes duplas, como Lupo/Nicolai (Itália), Smedins/Samoilovs (Letônia), Dalhausser/Rosenthal (EUA) e Fijalek/Prudel (Polônia). Entre as mulheres, Juliana/Maria, Talita/Taiana (parceria encerrada), Fernanda/Taiana e Bárbara/Ágata são as melhores do país em 2014, mas Walsh/Ross (EUA), Holtwick/Semmler (Alemanha), Slukova/Kolokova (Rep. Checa) e duplas chinesas também aparecem bem. Vale dizer que a CBV mudou recentemente os planos do sistema de seleções na modalidade, que foram criadas no início de 2013.

 Ginástica artística - Possui talentos, só que menos apoio financeiro do que merece. São poucos os clubes no Brasil com equipes de ginástica (o Flamengo é talvez o principal, mas sempre a situação é instável por lá), o que deixa por muitas vezes os atletas sem lugar para treinar, como é o caso de Sérgio Sasaki, que conseguiu no Pinheiros um espaço para se preparar, sem vínculos com o clube. O COB anunciou a montagem de um CT na Arena da Barra, só agora. Antes tarde do que nunca. Mesmo com algumas pedras no caminho (e bota pedra nisso), a modalidade ainda é esperança de medalhas, principalmente o especialista nas argolas, Arthur Zanetti.

 Vela - Robert Scheidt vai para sua 6ª Olimpíada, em busca da 6ª medalha. Voltará à classe Laser, onde foi bicampeão olímpico ('96 e '04). Outros atletas brasileiros do esporte que será disputado na Baía de Guanabara (poluída) com chances de medalha são Jorge Zarif (da classe Finn), Ricardo Winici, o Bimba (classe RS:X), Bruno Prada (Finn) e as duplas Fernanda Oliveira/Ana Luiza Barbachan (470) e Martine Grael/Kahena Kunze (49erFX). 

 Se for observar a situação atual dos esportes olímpicos no país e como os atletas "se matam" pra conseguir apoio, colocar um top 10 como meta é acreditar em Saci Pererê. O Brasil tem talento, pessoas para praticar as modalidades, porém falta investimento e distribuição adequada da verba para considerar a sede dos próximos Jogos Olímpicos candidata ao top 10. 

     
  

   


    

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