Após a Copa do Mundo, o fã do futebol sentiu um baque tremendo com o retorno do Brasileirão. O nível técnico deixa a desejar e o expectador passa a buscar coisa melhor para ver, para torcer inclusive. Da mesma forma que o Brasil encontrou o automobilismo (destaque para a Fórmula 1) e o vôlei durante o momento de seca do futebol nacional no final dos anos 80 e início dos 90, alguns esportes podem seguir esse rumo e entrar (ou até mesmo retornar) no coração do torcedor. A seguir, algumas modalidades com potencial de conseguir isso.
Rúgbi - Chegou com Charles Miller ao Brasil, juntamente com o futebol. Um esporte foi escolhido e o outro jogado pra escanteio durante um século. Os poucos que se interessaram pelo rúgbi se apaixonaram e se reuniram em 2010 para iniciar um processo de valorização do desporto no país, junto com sua profissionalização. De lá pra cá, o orçamento do esporte cresceu, de R$30 mil para cerca de R$17 milhões em 2014, com o patrocínio de grandes empresas como o banco Bradesco e a multinacional Unilever. Em nível de clubes, o Brasileiro de Rugby (também conhecido como Super 10) é disputado desde 1964, mas vem ganhando mais atenção nos últimos anos. Já a Seleção Brasileira, conhecida como Os Tupis, também vem em fase de crescimento. Com o aumento da cobertura da mídia, é a modalidade com mais potencial das que começaram a recentemente atrair a atenção do público.
Artes Marciais - Ame-a ou a odeie. Esse é o grande problema das artes marciais na busca por maior popularização. Enquanto muitos as descobrem e passam até mesmo a praticá-las (é notório o surgimento de muitas academias de Jiu-Jitsu, Kickboxing, Muay Thai entre outras por todo o país) devido, obviamente, ao maior espaço que o MMA conseguiu na mídia nacional, outros são expressamente contra a prática, chegando a nem mesmo considerar um esporte. O deputado federal do PT de São Paulo, José Mentor, elaborou um projeto de lei para proibir a transmissão de MMA no país, rejeitado pela comissão de turismo e esporte da Câmara. Ao contrário de outros esportes, existem nomes brasileiros de grande reputação no ramo, como Anderson Silva, José Aldo, Lyoto Machida, Vitor Belford e os irmãos Nogueira (Minotauro e Minotouro), só pra citar alguns, o que facilita a ascensão. Entretanto, a divergência de opiniões é o calcanhar de Aquiles das artes marciais.
Basquete - Da lista, é o que tem mais história no Brasil. Ser bicampeão mundial num esporte dominado por países com muito mais cultura de esporte é pra poucos. Também possui figuras importantes do passado, como Wlamir Marques, Amaury Passos, Ubiratan, Rosa Branca, Hélio Rubens, Carioquinha, Marcel, Maury, Guerrinha, Pipoka, Paulinho Vilas-Boas e Oscar Schmidt. No presente, há tempos que não estava tão em alta no basquete internacional, com Marcelinho Huertas fazendo sucesso na Espanha, Nenê decidindo partidas no Washington Wizards, Varejão sendo elogiado por ninguém menos que LeBron James e Tiago Splitter se tornando o primeiro brasileiro campeão da NBA. Mas como que o basquete deixou de ser o segundo esporte mais popular do país para brigar por uma quarta ou quinta posição? Por mais que alguns digam que foi devido à ascensão do vôlei (com direito a migração de mão-de-obra) e a falta de uma boa geração, não tem como negar que a gestão da Confederação Brasileira de Basquete foi quem mais contribuiu para a queda popularidade do esporte. Com o NBB, voltou-se a ter certa organização, mas o nível técnico é bem baixo. A NBA segue como principal audiência do basquete no país e atrai ainda mais atenção. Inclusive, ela é a maior esperança para o aumento da popularidade do esporte, enquanto o NBB pega carona. No Mundial desse ano, o Brasil tem a chance de atrair os holofotes para si, caso faça uma grande campanha, e tem time pra isso.
Esportes de inverno - Segundo pesquisa divulgada pela Deloitte (uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do Mundo) em 2011, os esportes no Brasil com mais interessados em conhecer e praticar são os de inverno (45% dos entrevistados escolheram, em segundo ficou o rugby com 22% e em 3° o golf juntamente com o ciclismo, com 21%). Claro, aqui não tem neve suficiente nem pra fazer um boneco, muito menos para esquiar, nem gelo suficiente para fazer rinks de hockey ou curling, há quem diga que isso é do brasileiro, querer ter o que não pode, mas é fato que os esportes no gelo e neve tem enorme potencial no país, após cada Jogos Olímpicos de Inverno dá pra se notar isso. O problema é a falta de brasileiros na disputa das competições, aí dificulta a maior disseminação no país. Vide a Fórmula 1, que já foi bem mais acompanhada pelos brasileiros do que é agora, quando não há sinais de tupiniquins sendo protagonistas.
Futebol Americano - cada temporada que passa, as transmissões da NFL na ESPN ganham mais audiência. Segundo a mesma pesquisa da Deloitte, o futebol americano já era o 10º esporte mais popular em 2011 (empatado com o handebol, com 7%). Em 2014, deve estar mais próximo ainda do top 5. No Brasil, o esporte segue no amadorismo, mas em ascensão. Após o início das transmissões da Band na década de 90, os fãs se reuniram e criaram a Associação de Futebol Americano do Brasil em 2000. Em 2013, o Campeonato Brasileiro de Futebol Americano contou com 34 equipes participantes, divididos em 4 conferências (2 na Norte, 14 na Nordeste, 10 na Central e 7 na Sul). Times de regiões com o futebol pouco desenvolvido chegam a atrair mais público para as partidas de futebol americano, é o caso de Cuiabá, na qual a média de público do Cuiabá Arsenal é superior à das partidas do Campeonato Mato-Grossense. Mas há quem considere o esporte violento e não entenda as táticas e estratégias dele, isso pode atrapalhar.
Tênis - sua situação é deferente das dos demais. Possui bastante tempo de exposição na mídia (principalmente nos canais fechados), mas é um dos menos disseminados. Uma porque faltam brasileiros nas fases finais dos principais eventos (principalmente nas competições individuais), outra é por causa da própria exposição na mídia, voltada mais para a elite, pois o conteúdo é veiculado em sua maior parte nos canais fechados (devido ao tempo de cada partida, pode-se dizer o mesmo do futebol americano e muitos outros), outra coisa é o valor gasto para se praticar o esporte. Não é barato comprar uma raquete, fazer a manutenção de suas cordas, comprar muitas bolinhas, por isso o tênis é considerado um esporte de elite. Mesmo assim, a elite pode contribuir mais para o crescimento do esporte, não só no investimento na garotada com condições financeiras, mas também na maior participação social deles, ajudando pessoas sem condições de ter a chance de conhecer o esporte, até mesmo descobrirem talentos que não seriam descobertos sem a oportunidade. Há sim bastante potencial no tênis.
Só foram citadas as situações dos esportes no gênero masculino, mas todos os esportes falados por aqui também em momentos semelhantes no gênero feminino, só que em escala menor.
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