Pages

AddThis Smart Layers

468x60

segunda-feira, 31 de março de 2014

Seleção histórica - Argélia

Espanha, 1982. 
 
Lakhdar Belloumi
Quem diz que a Argélia só perdeu jogador pra seleção francesa, entre eles Zidane, Benzema e Nasri, descendentes de argelinos, não conheceu a geração dos anos 80 das Raposas do Deserto. A Copa de 82 foi o primeiro Mundial disputado por eles, que tinham como elenco a base vice-campeã da Copa Africana de 80 (perdeu para a Nigéria a final da melhor campanha argelina em uma competição internacional até hoje), com o meio-campista Lakhdar Belloumi e o atacante Rabah Madjer em destaque. 
A Argélia parou a Alemanha de Rummenigge
 Pra se ter ideia da qualidade argelina, o primeiro jogo da Copa do Mundo, contra a Alemanha Ocidental, de Rummenigge, Müller, Schumacher e Breitner, foi vencido pela seleção africana por 2 a 1, a primeira vitória de um africano sobre um europeu em Copas. Além dos alemães, o Chile, de Don Elías Figueroa já experiente, sofreram com as Raposas na derrota por 3 a 2. O problema foi a derrota para a Áustria, que deixou a Argélia dependendo de uma derrota da Alemanha para os austríacos na última rodada para a passar de fase. 
Alemanha e Áustria fizeram uma das partidas
 mais vergonhosas do futebol
Torcida em Gijón pegou no pé de alemães e austríacos 
 Aí aconteceu o que poucos esperavam: o clima de revanche entre os europeus - que se enfrentaram em 78, com vitória para a Áustria - era esperado no jogo, mas o que se viu foi um "jogo de compadres". Na partida que ficou conhecida como Vergonha de Gijón, teve pressão da Alemanha até os 10 minutos, quando Hrubesch fez o gol que satisfez as duas equipes. Com 1 a 0, ambos passariam de fase, e o jogo ficou limitado ao toque de bola, pra lá e pra cá... pra lá e pra cá, e tome vaia da torcida, até o jogo acabar. Foi assim que a Argélia saiu da Copa que prometia ser surpreendente, de forma melancólica e revoltante.










Time base
Técnico: Rachid Mekhloufi

Argélia x Alemanha

Argélia x Chile

Alemanha x Áustria

domingo, 30 de março de 2014

Seleção histórica - Estados Unidos

Coréia/Japão, 2002. 
 O primeiro resultado em nível internacional do desenvolvimento do futebol nos Estados Unidos na década de 90 foi a campanha na Copa da Coréia/Japão. Há quem diga que em 94 o Team USA montado, com Cobi Jones e Lalas, já era resultado do crescimento do esporte, mas não foi nada mais que a motivação da torcida da casa que inflamou seus jogadores medianos. Tanto é que em 98, com quase toda a equipe da Copa anterior, terminou em último de seu grupo. Pra 2002, Brad Friedel assumiu o gol e jogadores importantes como Pablo Mastroeni, DaMarcus Beasley  e Landon Donovan se juntaram a Claudio Reyna e Brian McBride para formar uma equipe competitiva.
Friedel pega pênalti contra a Coréia. O empate com
 os anfitriões foi decisivo na classificação para o mata-mata
 Na fase de grupos, os comandados de Bruce Arena surpreenderam logo na estreia ao bater por 3 a 2 Portugal, de Figo, Rui Costa e Pauleta. Outro bom resultado foi o empate com a Coréia do Sul, mesmo com toda a torcida coreana em Daegu e um pênalti para a seleção da casa, defendido por Friedel. No último jogo da fase, os norte-americanos precisavam vencer a Polônia, que já estava eliminada, para sonhar com a 1ª posição. Outro resultado dificultaria a classificação para a fase seguinte caso Portugal vencesse os sul-coreanos. A partida em Daejeon foi um pesadelo para os Estados Unidos, perderam por 3 a 1. Pra sorte deles, a Coréia fez 1 a 0 em Portugal, que teve 2 jogadores expulsos antes do gol. Foi apenas um susto para o Team USA, classificado para o mata-mata.
Donovan faz o gol que sacramentou a vitória
conta o México
 Nas oitavas, o clássico contra o México poderia dar fim à campanha estadunidense, mas o gol de McBride aos 8 minutos aliviou a pressão da equipe, aumentou a do adversário e mostrou que dessa vez a vitória seria do lado de cima da fronteira, o segundo gol, marcado por Donovan, sacramentou isso. Os Estados Unidos chegavam pela primeira vez às quartas-de-final de uma Copa do Mundo*.  
"Olha a mão boba!" Frings protagonizou o polêmico lance
 no jogo entre EUA e Alemanha
 A festa da vitória sobre os "muchachos" acabou na fase seguinte, quando a Alemanha foi a adversária dos norte-americanos. Oliver Kahn, Michael Ballack, Torsten Frings, nem mesmo o artilheiro Klose pôs medo em Donovan e seus companheiros. Não fosse o goleiro Kahn, os alemães teriam sofrido o primeiro gol antes de marcar o seu, com Ballack. Após o 1 a 0, os Estados Unidos continuaram a criar mais oportunidades e um lance polêmico em que a bola bate na mão do meia alemão Frings na linha do gol e gerou muita discussão. Gol mesmo não teve, derrota para os futuros vice-campeões, o que amenizou a tristeza da equipe, que mostrou que o soccer tinha deixado de engatinhar e agora estava aprendendo a fazer longas caminhadas.  

Time base
Técnico: Bruce Arena   


Estados Unidos x Portugal

Estados Unidos x México

Estados Unidos x Alemanha

*Na Copa de 1930, os Estados Unidos chegaram à semifinal, mas naquela época não haviam oitavas-de-final nem quartas-de-final. Os primeiro colocados dos 4 grupos iriam diretamente para a semifinal. Os EUA terminaram em 1° no grupo 4 (à frente de Paraguai e Bélgica) e foram derrotados pela Argentina na semifinal por 6 a 1.  

sábado, 29 de março de 2014

Seleção histórica - Gana

África do Sul, 2010. 
Primeiro título mundial sub-20 de Gana, em 1991 
 A geração ganesa dos anos 60 e 70 que conquistou a Copa Africana por 4 vezes ficou de fora das Copas daquela época devido a situação política do país (especialmente em 66, quando ocorreu um golpe militar no país). Na década seguinte o futebol se reconstruiu e nos anos 90 foi destaque nas categorias de base, conquistando dois títulos mundiais e dois vice-campeonatos na categoria sub-17. Assim como nos anos 2000 conquistou o bi mundial também no sub-20. As conquistas da base fez a seleção principal chegar, enfim, à Copa em 2006. Mas foi em 2010, no continente africano, que os Estrelas Pretas deixaram sua torcida orgulhosa.
Gyan comemora seu gol contra a Sérvia
 Liderados pelo capitão John Mensah, Asamoah Gyan e Kevin-Prince Boateng, Gana se classificou para as oitavas-de-final, ao derrotarem a Sérvia por 1 a 0 (gol de Gyan), empatarem com a Austrália por 1 a 1 (Gyan marcou mais um) e serem derrotados pela Alemanha por 1 a 0. Das 6 seleções africanas na Copa, a ganesa foi a única que passou de fase (Costa do Marfim e a anfitriã África do Sul chegaram perto, mas não passaram). 
 Nas oitavas-de-final, enfrentaram os Estados Unidos. Já aos 5 minutos saiu o gol de Gana, com Boateng, mas a experiente equipe norte-americana conseguiu chegar ao empate com Donovan em cobrança de pênalti e levou a partida para a prorrogação. Assim como no início do jogo, no tempo extra os ganeses marcaram rapidamente com Gyan. Dessa vez os Estados Unidos não conseguiram igualar o marcador, vitória africana por 2 a 1.
Muntari chuta para fazer o gol contra o Uruguai
 O adversário nas quartas foi o Uruguai, de Diego Forlán, Luis Suárez e Edinson Cavani. Foi a melhor partida da Copa 2010. Tal título para o jogo se deve ao ritmo da partida, as chances criadas e as boas defesas dos goleiros Kingson (por Gana) e Muslera (pelo Uruguai). Quem saiu na frente foi Gana, com um chutaço de fora da área. Forlán, em cobrança de falta, marcou o gol de empate uruguaio e a seleção ganesa foi pra mais uma prorrogação.
A "defesa da Copa" feita por Suárez e o pênalti perdido por Gyan
 Pra falar a verdade, foi uma prorrogação com poucos lance emocionantes, mas o último compensou todos os 30 minutos do tempo extra. Após bate-rebate na área, Adiyiah cabeceou forte a bola, que passou por Muslera, porém não passou por Suárez. O camisa 9 da Celeste espalmou a bola e o árbitro Olegário Bequerença marcou pênalti, além de expulsar Suárez. Pra cobrar o pênalti, lá estava Asamoah Gyan, maior nome de Gana na Copa. Ele correu, chutou e a bola explodiu no travessão. Após tanto sofrimento naqueles minutos finais do jogo, não tinha como acontecer outra coisa: vitória uruguaia nos pênaltis. Gyan e Appiah converteram suas cobranças, só que Mensah e Adiyiah erraram. Pra sacramentar a derrota, Loco Abreu bateu de cavadinha (justificando a loucura do apelido) e garantiu os 4 a 2.  
A cavadinha de Loco Abreu na disputa por pênaltis
 Nos pênaltis, deu Uruguai, mas Gana conquistou algo também: o respeito dos adversários e o carinho da torcida africana, contente com a equipe que melhor honrou o continente berço da Humanidade. 

Time base
Técnico: Milovan Rajevac

Gana x Sérvia

Gana x Estados Unidos

Gana x Uruguai


sexta-feira, 28 de março de 2014

Seleção histórica - Portugal

Inglaterra, 1966. 
                  
 A geração da década de 60 do futebol Português já tinha conseguido grandes feitos, como o bicampeonato europeu do Benfica em 61 e 62, mas a Copa de 66 era a cereja no bolo. O desenvolvimento daquela seleção depois da Copa de 62, nas eliminatórias para a Copa da Inglaterra, foi muito importante para os Encarnados crescerem como um conjunto, mesmo a base do grupo sendo o Benfica, com algumas peças do Sporting, Belenenses e Vitória de Setúbal.
Primeiro gol de Eusebio contra o Brasil
 Na Copa, o "grupo da morte", com a Hungria de Puskás, o bicampeão Brasil e a Bulgária, não colocou medo na seleção portuguesa. As vitórias sobre os húngaros por 3 a 1 e os búlgaros por 3 a 0 mostraram a força daquela equipe, mas a vitória por 3 a 1 (com direito a Pelé saindo do jogo após sofrer uma entrada dura) que eliminou os brasileiros foi a maior prova de que os lusitanos iriam brilhar naquela Copa. Eusébio, vencedor da Bola de Ouro de 65, se destacava na artilharia do torneio. Aquela geração tinha algumas semelhanças com a atual, de Cristiano Ronaldo, principalmente na dependência do grande craque. 
Eusébio x Coréia do Norte
 Alguém queria mais provas da qualidade da seleção de Portugal? Uma virada histórica, talvez? Pois bem, nas quartas-de-final, contra outra sensação da Copa, a Coréia do Norte, que mandou a Itália de Mazzola, Facchetti e Rivera pra casa na fase inicial, começou perdendo por 3 a 0 com 25 minutos de jogo. Porém, Eusébio, sempre ele, diminuiu, encostou, empatou e virou. José Augusto fez mais um para os portugueses, e a vitória por 5 a 3 foi feita. 
Portugueses e ingleses perfilados 
antes do confronto da semifinal
 Os 4 gols do "Pantera Negra" amedrontaram os ingleses, próximos adversários na semifinal. Seria preciso ganhar vantagem fora de campo para os Encarnados serem parados no campo. Para isso, alteraram o local da partida, anteriormente marcado para o Goodison Park, em Liverpool, onde Portugal jogou contra Brasil e Coréia do Norte, para Wembley, cerca de 300 km de distância ente os 2 locais. Além disso, a imprensa inglesa atacou os times violentos da competição (a Argentina em especial), o que fez com que Portugal tirasse o pé. Assim, o English Team, que já era bom dentro de campo (já foi falado dele aqui), ficou imbatível, e fizeram 2 a 1. Bobby Charton fez 2, Eusébio deixou o dele pelo menos. 
Eusébio sai chorando de campo
após derrota para a Inglaterra
 Acabou a trajetória portuguesa? Não! A disputa pelo bronze foi tratada como final. A adversária dessa "final" foi a União Soviética, de Lev Yashin. Antes de mais nada, Eusébio abriu o placar, nono gol dele no campeonato e artilharia isolada pro Pelé português. Malafeyew empatou, mas Torres garantiu o 3° lugar, pro esplendor de Portugal.    


Time base
Técnico: Otto Glória

Portugal x Brasil


Portugal x Coréia do Norte

Portugal x Inglaterra

    

quinta-feira, 27 de março de 2014

Seleção histórica - Alemanha

Itália, 1990. 
Franz Beckenbauer,
técnico da Alemanha em 90
 Os dois vice-campeonatos na década de 80 deu a sensação para os alemães que estava faltando alguma coisa para o tricampeonato chegar. Littbarski, Brehme, Matthäus, Berthold e Völler, que tentaram conquistar o mundo na década anterior, mas que esbarraram em seleções em momentos mágicos, sabiam que a hora estava chegando, e não haveria azar suficiente para tirar a Copa do Mundo das mãos deles, e em 1990 foi assim.
Apenas a Colômbia de Valderrama
não perdeu para a Alemanha na primeira fase
Os comandados de Franz Beckenbauer mostraram que a Copa da Itália seria deles desde o início, quando dominaram o grupo D, goleando a Iugoslávia por 4 a 1 e os Emirados Árabes por 5 a 1, além de empatarem com a grande geração colombiana (já foi falado dela aqui) por 1 a 1. Com 5 pontos (na época a vitória contava 2 pontos), os bicampeões mundiais ficaram com a 3ª melhor campanha geral na fase inicial.
 Nas oitavas-de-final, enfrentou uma seleção forte, mas que não havia se encontrado ainda na competição, passando de fase com 3 empates (contra Egito, Inglaterra e Irlanda): a Holanda, de Van Basten, Ruud Gullit, Ronald Koeman e Rijkaard. Mais que um Alemanha x Holanda, um Inter de Milão
Klinsmann comemora seu gol contra a Holanda
x Milan, já que Matthaus, Brehme e Klinsmann eram jogadores da parte Nerazzurri e Rijkaard, Gullit e Van Basten da parte Rossoneri de Milão. Claro, o jogo foi realizado no San Siro, digno do Derby della Madonnina ("nome" do clássico de Milão). A rivalidade dos clubes alimentou a vontade de vitória das duas seleções, e também da tensão entre elas, com Völler e Rijkaard sendo expulsos aos 22 minutos. No final, Klinsmann e Brehme deram a vitória para a Inter... digo, Alemanha, por 2 a 1 (Koeman descontou). 
Waddle manda a bola pra fora 
em sua cobrança de pênalti contra a Alemanha
 A Checoslováquia bem que tentou, porém não parou o ataque alemão. O goleiro Stejskal fez boas defesas e o zagueiro Hasek salvou na linha do gol duas vezes, só que Mathaws, cobrando pênalti garantiu a vitória por 1 a 0 para a Alemanha. Na semifinal, Shilton, Lineker, Platt, Gascoigne, enfim, a seleção inglesa, tentou ser páreo para a os alemães. Brehme abriu o placar já no segundo tempo, só que Lineker, a 10 minutos do fim, empatou. Na prorrogação, o empate persistiu  e a partida foi para as penalidades. Brehme, Lineker, Matthaus, Beardsley, Riedle, Platt e Thon marcaram, 4 a 3 para a Alemanha, até Pearce e Waddle errarem. Germânicos na final da Copa!
 Na decisão do Mundial de 90, a reedição da final de 86, Alemanha x Argentina. Quatro anos
Comemoração do gol de Brehme na final
antes, Maradona e companhia conquistavam o Mundo (conforme foi contado na edição argentina do "Seleção histórica"), era a revanche tão desejada para os vice-campeões da Copa do México. O jogo estava a caminho da prorrogação mais uma vez, até que Völler caiu na área e o árbitro Edgardo Codesal marcou o pênalti, apesar das reclamações argentinas. Brehme fez o gol do título, o último ato
 da Alemanha Ocidental, já se comportando como Alemanha unificada.

Time base
Técnico: Franz Beckenbauer

Alemanha x Holanda

Alemanha x Inglaterra

Alemanha x Argentina


quarta-feira, 26 de março de 2014

Seleção histórica - Nigéria

Estados Unidos, 1994. 
Emenalo disputa bola
com o veterano Maradona
 Foi a primeira participação nigeriana em Copas, e que Mundial fizeram nos Estados Unidos. Com um pouco mais de experiência, poderiam ter ido mais longe. Não tinham a mesma qualidade da Nigéria de 98, mas foi o início da formação daquela equipe, que foi reforçada com a geração de ouro da Olimpíada de Atlanta para a competição na França. Falemos da seleção de 94: conquistou a Copa da África meses antes de embarcar para a América, tinha o jogo veloz e o forte contra-ataque como grandes armas. Rashid Yekini, Jay-Jay Okocha (com 20 anos), Sunday Oliseh e Daniel Amokachi eram os destaques dos Super Águias.
 No grupo D, passaram por cima da Bulgária de Stoichkov na estreia com um 3 a 0, quase surpreenderam a Argentina no segundo jogo (abriram o placar em um contra-ataque rápido, mas Caniggia virou a partida para 2 a 1) e fizeram 2 a 0 na Grécia. A classificação no 1º lugar  veio com a derrota argentina para os búlgaros. Tudo estava dando certo para os africanos na terra do Tio Sam.
Amuneke comemora seu gol contra a Itália
 Nas oitavas-de-final, Amuneke colocou a Nigéria a frente no placar contra a Itália. A história da Copa poderia ter se alterado, se Baggio não tivesse feito o gol de empate aos 43 do segundo tempo, com um jogador a menos. A falta de experiência dos nigerianos se mostrou também na prorrogação, onde Benarrivo sofreu pênalti e Baggio tirou de vez a seleção africana da competição.
 Como teria sido o desfecho da Copa de 94 se os Super Águias tivessem experiência na competição? Com certeza seria muito diferente do que teve. Sorte do Brasil, que com uma equipe dependente de Romário e com mais garra que qualidade, teria sofrido com a Nigéria em uma possível final. Mesmo não indo tão longe, essa equipe foi muito bem recebida na Nigéria, parecia que já sabiam o que estaria por vir nos próximos anos.  

Time base
Técnico: Clemens Westerhof

Nigéria x Bulgária

Nigéria x Argentina

Nigéria x Itália


terça-feira, 25 de março de 2014

Seleção histórica - Irã

França, 1998. 
Ali Daei
 Fizeram a primeira aparição em mundiais em 78, após um tricampeonato seguido da Copa da Ásia, mas a Revolução Iraniana de 79 deixou o futebol de lado, causando uma década de atraso para o desenvolvimento do esporte no país. Na década de 90, o esporte recomeçou seu crescimento, e conseguiu voltar à uma Copa do Mundo em 98. Sem grandes esperanças, o Irã saiu daquela Copa ainda na fase de grupos, mas com a 1ª vitória em mundiais e com muita expectativa para o futuro.
 A qualidade dos adversários era alta. Os alemães contavam com Klinsmann e Bierhoff, a última geração da Iugoslávia tinha Mijatovic, Stankovic e Mihajlovic, e os Estados Unidos tinham Cobi Jones, Claudio Reyna e Bryan McBride como destaques. Com o futebol ressurgindo, o Irã colocou em Ali Daei, Khodadad Azizi, Mehdi Mahdavikia e companhia a esperança de levar pelo menos uma vitória pra casa. Na estreia, contra a Iugoslávia, não deu pra vencer. O empate até que não seria impossível, mas o gol de falta de Mihajlovic provocou a derrota iraniana. 
Clima de paz antes de Irã x Estados Unidos
Mahdavikia comemora
 seu gol contra os EUA
Na segunda partida, algo mais que um jogo, a "partida da paz" entre Irã e Estados Unidos, que desde 79 não tinham relações diplomáticas, foi considerada um passo para a reconciliação (como já sabemos o final, podemos dizer que não foi nada mais do que um jogo de Copa do Mundo entre dois países com governos rivais, pelo menos as divergências não entraram em campo). Só que a busca pela primeira vitória em Copas era maior que a diplomacia para os "Príncipes da Pérsia", não teve cordialidade nem jogo amistoso para fazer gol. Estili, aos 40 da primeira etapa, e Mahdavikia, aos 39 da segunda, garantiram a histórica primeira vitória iraniana. McBride descontou, mas foi insuficiente.
 Na última rodada, o Irã tinha chance de classificação, era SÓ vencer a Alemanha e torcer pra Iugoslávia não vencer os EUA. Nem uma coisa, nem outra. Iugoslavos classificados com o 1 a 0 contra os norte-americanos e iranianos derrotados por 2 a 0 contra os alemães. Mas não teve problema para o Irã, já tinha conquistado muita coisa em seu retorno para o alto nível do futebol mundial.    
Iranianos comemoram vitória sobre os EUA

Técnico: Jalal Talebi
Time base



Irã x Iugoslávia

Irã x EUA



segunda-feira, 24 de março de 2014

Seleção histórica - Bósnia e Herzegovina

Lituânia, 2013. 
 Isso mesmo, Lituânia. A maior conquista do futebol bósnio aconteceu no ano passado, em uma das repúblicas bálticas. Depois de 21 anos da declaração de independência da Bósnia e Herzegovina, da Guerra da Bósnia, que causou muitas perdas para o recém formado país, as diferença étnicas, sociais e religiosas ainda existem por lá, já que bósnios dividem o território com sérvios e croatas, principalmente. Cada etnia com sua religião predominante, aí acontecem conflitos. Se os problemas na Bósnia são grandes, o futebol consegue amenizá-los, ainda mais com a classificação para a primeira Copa do Mundo do país.
 
Grécia x Bósnia no primeiro turno
Com o capitão Spahic, Pjanic, Salihovic, Lulic, Ibisevic e o artilheiro Dzeko, o Zmajevi estreou nas eliminatórias para a Copa 2014 com uma goleada por 8 a 1 contra Liechtenstein, depois fez 4 a 1 encima da Letônia. O grande adversário do grupo foi a Grécia, que empatou em 0 a 0 com nosso protagonista do dia, na cidade grega de Piraeus.
 Com a vitória por 3 a 0 sobre a Lituânia, a Bósnia terminou o primeiro turno na liderança do grupo, mesmo após a derrota para a Eslováquia.
 No returno, Dzeko e companhia não deixaram dúvidas de sua classificação, ao golearem Letônia e Liechtenstein novamente, baterem por 3 a 1 os rivais gregos e os algozes do 1° turno, os eslovacos. Mesmo com apenas uma derrota, a Bósnia precisava vencer o último jogo, contra a Lituânia fora de casa, para conseguir a classificação, já que a Grécia poderia roubar a vaga do Zmajevi com uma vitória sobre Liechtenstein caso o empate na Lituânia ocorresse. Até os 23 minutos da etapa final, os gregos estavam conseguindo o que queriam.
Comemoração do gol histórico de Ibisevic
 A Bósnia pressionava, mas a Lituânia não cedia o gol, enquanto a Grécia fazia 2 a 0. Aí surge o herói da classificação: Ibisevic, que aproveitou cruzamento rasteiro de Dzeko para fazer o gol mais comemorado da Bósnia e Herzegovina nos últimos 21 anos. A comemoração da população foi grande, algo belo de se ver em um lugar onde a tensão ainda existe, o que mostra o lado diplomático e pacifista do futebol, que ultrapassa as quatro linhas.  
  








Time base
Técnico: Safet Susic 
Bósnia x Grécia


Eslováquia x Bósnia

Bósnia x Lituânia, o jogo da classificação