Enzo Bearzot |
Na lista de favoritos dessa edição, o Brasil estava disparado na frente com uma geração de ouro (já foi falado dela aqui), depois vinham a Alemanha Ocidental, de Rummenigge, Breitner e Schumacher, a França de Platini e a Argentina de Kempes e Maradona. A Itália veio correndo por fora, ainda mais após a grave descoberta de um esquema de manipulação de resultados dos campeonatos italianos em 80, o Totonero. Clubes foram punidos (Milan e Lazio, inclusive, foram rebaixados para a Série B), assim como jogadores. Entre eles, Paolo Rossi, que ficou dois anos sem jogar. Com tanta negatividade, o treinador Enzo Bearzot montou uma equipe pra não passar feio na Copa de 82, com o goleiro "quarentão" Dino Zoff, uma defesa sólida e um ataque com os habilidosos Graziani e Antognoli, além de Paolo Rossi.
Itália e Camarões empataram por 1 a 1 |
Mesmo Bearzot fazendo de tudo para não passar vergonha com a Itália na Copa, ele teve que contar com o peso da camisa Azzurra. Com 3 empates (0 a 0 contra a Polônia, 1 a 1 contra Peru e Camarões), a Itália teve que apelar ao critério de desempate para passar de fase, um gol a mais que Camarões garantiu a sobrevida dos italianos no Mundial da Espanha.
Comemoração de Tardelli para o 1º gol contra a Argentina |
Na segunda fase da competição, formada por 4 grupos de 3 equipes, Bearzot viu o time se encaixar. Mesmo com dois adversários fortes, a Itália foi grande. No primeiro jogo, a adversária foi a Argentina. Após primeiro tempo sem gols, os europeus conseguiram segurar o ímpeto do ataque adversário e marcar no contra-ataque, com Tardelli e Cabrini. Passarella, em uma cobrança de falta bem discutível, diminuiu, mas o jogo acabou com vitória dos italianos. Com a derrota argentina para o Brasil por 3 a 1, os dois vencedores do grupo duelaram por uma vaga na semifinal.
Rossi marca o primeiro gol contra o Brasil |
Em 70 e 78, a Itália foi eliminada pelo Brasil, era a chance de vingança para a Azzurra. Mais ainda: era a hora de dar a volta por cima de vez da desacreditada equipe de Bearzot. Era a hora de Rossi brilhar e calar seus críticos. Foi a maior partida da carreira do atacante da Juventus. O camisa 20 fez o primeiro gol aos 5 minutos, Sócrates empatou aos 12, mas Rossi fez o segundo aos 25. Já no segundo tempo, Falcão voltou o jogo no empate, aos 23 min, só que Rossi respondeu com outro gol, seis minutos depois. Depois disso, o Brasil não conseguiu chegar a mais um empate, e o "Desastre de Sarriá" surgia.
E pra segurar a Azzurra depois disso? A Polônia, que fez o jogo de estreia com a Itália, não
conseguiu segurar Rossi, autor dos 2 gols do jogo. O desacreditado time de Bearzot, que havia entrado na Copa buscando não passar vergonha, embalou e chegou à final. Contra a Alemanha Ocidental, nem o pênalti perdido por Cabrini fez falta. Rossi, Tardelli e Altobelli marcaram os 3 gols italianos, contra apenas o gol de Breitner para os alemães. O tricampeonato mundial da Itália chegou, no momento menos esperado.
Italianos comemoram a vitória sobre os alemães na final da Copa 82 |
Time base
Técnico: Enzo Bearzot |
Itália x Argentina
Itália x Brasil, com depoimentos dos jogadores italianos
Itália x Alemanha Ocidental
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