Os Leões Indomáveis foram os primeiros africanos a fazer bonito em Copas do Mundo. A seleção camaronesa do final da década de 80 e início da de 90 já haviam sido campeões africanos em 1988, o mesmo elenco chegou à Itália e fez uma competição totalmente longe do marasmo das outras equipes daquela edição. O futebol veloz e ousado dos camaroneses, comandados dentro de campo por Roger Milla, conquistou os torcedores italianos.
Biyik cabeceia para marcar o gol da vitória dos Leões sobre a Argentina
Logo na estreia a seleção africana mostrou que não estavam na Copa apenas para participar. Contra a Argentina, campeã em 86, Omam-Biyik fez o gol da vitória de Camarões, que chegou a atuar com 2 jogadores a menos. Contra a Romênia, de Hagi, outra grande apresentação. Com dois de Milla, o jogo terminou 2 a 1. Os surpreendentes Leões, já garantidos para a fase seguinte, jogaram contra a URSS, que fez 4 a 0 em um dia desleixado da seleção camaronesa. Todavia, na fase seguinte os africanos voltaram ao normal. A Colômbia era favorita nas oitavas, mas ninguém souber surpreender em 90 mais que Camarões. Após 90 minutos sem gols, na prorrogação teve dois gols de Milla, um deles aproveitando um erro de Higuita, que garantiram a vitória contra os colombianos, que ainda descontaram com Redín. A vitória foi histórica. Primeira vez que um país africano chegou às quartas-de-final de uma Copa do Mundo, e eles queriam mais.
Milla aproveitou o erro de Higuita para marcar um dos gols de Camarões contra a Colômbia
A Inglaterra, de Shilton, Gascoigne e Lineker foi a adversária dos Leões nas quartas. Camarões fez um jogo fantástico, criou várias oportunidades, mas o goleiro Shilton e a displicência dos jogadores na finalização impediram que a seleção que conquistou a Itália conquistasse outra vitória. Platt abriu o placar para os ingleses. Kundé, de pênalti, e Ekéké viraram o jogo, até Lineker, também de pênalti, empatar novamente, levando o jogo para a prorrogação. A pressão camaronesa continuou, mas sem êxito. Aí aparece a frase-lei do futebol "quem não faz, leva." Gascoigne achou Lineker, que foi derrubado na área pelo goleiro N'kono, outro pênalti. Lineker pôs fim à trajetória histórica de Camarões na Copa de 90.
A festa acabou, a energia transmitida pelos Leões fez falta aos italianos no resto da competição. Ficou uma pergunta: será que aquela seleção camaronesa, com uma disciplina tática maior, pelo menos defensivamente, chegaria à final, quem sabe até ao título mundial?
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